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André resiste a jogar toalha

Ex-governador está inconformado com o alto índice de rejeição em Campo Grande

André não tomará nenhuma decisão antes de pesquisas que serão feitas em abril. - Foto: Arquivo CBN-CG
André não tomará nenhuma decisão antes de pesquisas que serão feitas em abril. - Foto: Arquivo CBN-CG

Com ego ferido, o ex-governador André Puccinelli (MDB) ainda resiste a retirar a sua pré-candidatura da disputa pela Prefeitura de Campo Grande. Ele já até cogitou, em conversas reservadas com parceiros políticos, a hipótese de pular do barco. Mas não vai tomar nenhuma decisão antes de consultar duas pesquisas encomendadas para serem feitas em abril.

André quer entender as causas da sua alta rejeição e porque não cai no decorrer do tempo. E saber, ainda, se o eleitor da Capital tem conhecimento da anulação de seus processos na Justiça. O ex-governador alega perseguição de rivais políticos para destruição da sua reputação. As ações na Justiça não só derrubou André como atingiu em cheio pessoas do seu entorno. Isso feriu o ex-governador e arranhou a sua imagem diante do eleitor.

André foi preso pela Polícia Federal em 2018, véspera da convenção do MDB para homologação da sua candidatura a governador. Ele era um dos favoritos naquela disputa eleitoral. A prisão o transtornou. André não queria deixar os seus companheiros órfãos naquela campanha. Ele se reuniu, no presídio, com a então senadora e hoje ministra do Planejamento, Simone Tebet, para substituí-lo na disputa eleitoral. Ela aceitou a missão, a convenção do MDB homologou a sua candidatura e dias depois surpreendeu a todos com pedido de renúncia da sua candidatura. 

André ficou frustrado com a decisão de Simone e, na prisão, tinha pouca movimentação para discutir a questão em grupo. Isso o pertubava. Sem tempo para arrastar as articulações, André chamou o então presidente da Assembleia Legislativa, deputado Júnior Mochi, para uma reunião no presídio. Mochi saiu de lá para entrar no sacrifício político. Ele era a única opção para salvar o MDB de um fracasso maior nas urnas e das eleições de deputado estadual e federal. Mochi estava deixando uma reeleição certa para concorrer ao Governo do Estado com rivais em melhores condições estruturais. Como era de esperar perdeu a disputa. O vencedor foi Reinaldo Azambuja (PSDB), reeleito, batendo nas urnas o juiz federal Odilon de Oliveira, no segundo turno.

Hoje se vê um André inconformado e machucado por tudo que aconteceu em 2018. Ele queria muito mudar o rumo da história para mostrar à sociedade que, na verdade, é uma vítima dos adversários políticos. O curioso é que ele lidera todas as pesquisas. Só que os votos não são suficientes para elegê-lo prefeito de Campo Grande e não consegue subir mais os números por causa da rejeição. Mas o espólio dos seus votos decidiria eleição de qualquer aliado.

Quem analisa as pesquisas, nota parcela de eleitorado fiel a André. A luta do ex-governador é recuperar o eleitor perdido. O problema é o tempo. Muito curto para remover todos os obstáculos da rejeição do seu caminho. Nesse momento de angústia, quando se diz angústia, é pelo tempo que terá para tomada de decisão. Ele tem ouvido amigos fiéis e conversado bastante com lideranças de outros partidos.

André só vai tomar decisão depois de consultar as duas pesquisas em abril e ouvir os amigos mais chegados. Mesmo com rejeição elevada, André continua sendo sondado por outros partidos em busca de seu apoio político. Até quem o perseguiu lá atrás já conversou com ele. 

No início da semana, André se reuniu com ex-deputada federal e atual superintendente da Sudeco, Rose Modesto (União Brasil), para trocar impressões sobre o cenário político de Campo Grande. Essa não foi a primeira conversa de André e Rose. O ex-governador chegou convidá-la em outras ocasiões para ser seu vice. A participação dela na chapa poderia anular os efeitos colaterais da rejeição. Rose, no entanto, já disse que não há hipótese de ser vice de ninguém.

Confira na íntegra: