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Feminicídio

Suspeito de feminicídio em Campo Grande é preso em Mato Grosso

Adailton Freixeira da Silva torturou a companheira por 26 dias

Adailton Freixeira da Silva torturou a companheira por 26 dias - Foto: Divulgação
Adailton Freixeira da Silva torturou a companheira por 26 dias - Foto: Divulgação

Após cinco dias foragido, Adailton Freixeira da Silva, 46, foi preso na tarde de segunda-feira (31), na rodoviária de Cuiabá, em Mato Grosso. Adailton da Silva teria torturado e matado a companheira, Francielli Guimarães Alcântara, 36, na última quarta-feira (26), na casa em que viviam no Portal Caiobá, em Campo Grande.

Conforme a delegada Maíra Pacheco, os policiais receberam a informação de que Adailton estaria na casa dos pais, no bairro Lagoa Park, momento em que a equipe da Polícia Civil, juntamente com apoio do Batalhão de Choque, fez cerco no local por quase quatro horas. No mesmo momento, a equipe também recebeu informação de que o foragido estaria em Cuiabá (MT), onde tinha um familiar.

A delegada disse que conversou com Adailton, pedindo para que ele se entregasse. Antes mesmo de tomar algum rumo, o acusado foi preso pela polícia de Mato Grosso. "Estava de mochila, já estava sentindo o cerco", disse a delegada Maíra Pacheco.

Preso, ainda não há informações da transferência de Adailton para a capital. "Até o final da semana a gente vai tentar fazer o recâmbio dele para Campo Grande, para que ele possa ser interrogado aqui e finalizarmos o inquérito", informou a delegada. Adailton deve ser indiciado por homicídio qualificado por feminicídio, tortura e cárcere privado.

Entenda o caso

Francielli era mantida em cárcere privado desde o dia 1º de janeiro desse ano, junto com o filho adolescente do casal.  A Polícia Militar chegou a ir à residência cerca de três vezes, mas, por medo das ameaças e torturas do marido a vítima dispensava a viatura, afirmando estar tudo bem.

Na madrugada de quarta-feira, completando 26 dias em cárcere privado e tortura, Francielli morreu com sinais de estrangulamento. O caso só chegou à 6ª Delegacia de Polícia Civil depois que a equipe do Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) viu os ferimentos no corpo da mulher. O companheiro, Adailton Freixeira, fugiu em seguida, em uma moto Honda CB 300.

"Inicialmente foi data como morte a esclarecer, mas na perícia foi identificado possívelmente um crime de feminicídio, por conta das escoriações, lesões sérias, e que eram indicativas ao crime de tortura, antes mesmo do óbito", explicou a delegada.

Durante a investigação a polícia apreendeu objetos de trabalho do acusado, como soldador, um dente e outros objetos que serão analisados para confirmar se foram usados nas sessões de tortura.