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Bolsonaro bate o martelo em favor de Adriane

Decisão do ex-presidente pôs fim a uma série de articulações desconectadas dentro do partido em MS

Prefeita Adriane Lopes e Bolsonaro em encontro realizado em abril deste ano - Foto: Reprodução/Redes Socais
Prefeita Adriane Lopes e Bolsonaro em encontro realizado em abril deste ano - Foto: Reprodução/Redes Socais

O ex-presidente Jair Bolsonaro acabou com a farra das lideranças do PL, que estavam negociando alianças em Campo Grande sem a sua participação. Ele desmontou toda essa operação decidindo por apoiar a reeleição da prefeita Adriane Lopes (PP).

Bolsonaro já comunicou o deputado federal Marcos Pollon (PL) presidente regional da legenda, sobre essa aliança. A informação vazou da direção nacional do partido, em Brasília. 

Só que Pollon ficou quieto, não falou nada para as lideranças do partido no estado, porque estava negociando, sem alarde, aliança do PL com o MDB em troca do cargo de vice para a sua esposa, Naiane Bittencourt.

O deputado foi quem procurou o pré-candidato do MDB à Prefeitura de Campo Grande, o ex-governador André Puccinelli, para discutir a possível aliança.

A proposta deu sobrevida a pré-candidatura de André. Só que o ex-governador não estava levando muito a sério a conversa do Pollon.

Para testar a poder da força de Pollon, André fez algumas exigências. Uma delas, realizar uma reunião com o presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, e depois com Bolsonaro para sacramentar a aliança.

Do ex-presidente, André queria declaração pública em apoio ao seu nome para prefeito e o aval da indicação da esposa de Pollon, Naiane Bittencourt, para vice.

Nada disso aconteceu. Bolsonaro não quer saber de André e muito menos de candidatura própria do PL em Campo Grande. Com isso, toda a conversa de Pollon com André não valeu nada. O ex-governador ficou a ver navios.

Por outro lado, o presidente municipal do PL, Tenente Portela, teria procurado o ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) para discutir outra aliança. Tudo isso estava sendo feito sem o conhecimento de Bolsonaro. 

E, quando o ex-presidente ficou sabendo, por exemplo, das investidas de Pollon para o PL apoiar André, puxou sua orelha e ratificou aliança com a atual prefeita Adriane Lopes.

Essas articulações desconectadas mostram um PL rachado e sem controle. Não foi à toa que o deputado estadual Coronel Davi se queixou da falta de debate interno para viabilizar uma candidatura própria do PL em Campo Grande.

Hoje, o partido tem o deputado estadual João Henrique Catan falando sozinho sobre a sua pré-candidatura a prefeito. Com essa decisão de Bolsonaro, Catan terá de recolher o flape porque não poderá mais alçar voo com sua pré-candidatura a prefeito.

O que está prevalecendo é o movimento da senadora Tereza Cristina, presidente regional do PP, para convencer Bolsonaro a apoiar a reeleição de Adriane Lopes. As conversas estão bem adiantadas. Todos no PL do Estado sabiam disso.

Neste ano, Adriane participou de duas manifestações de Bolsonaro, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Ela tirou foto com o ex-presidente e se apresentou em suas redes sociais como candidata da direita e bolsonarista. Só que os bolsonaristas do PL não levaram a sério e, cada dirigente, buscava caminho diverso ao do ex-presidente.

A expectativa agora é de Bolsonaro vir a Campo Grande oficializar a aliança do PL com PP. Mas antes deverá ir a Dourados lançar a pré-candidatura de Gianni Nogueira (PL), esposa do seu amigo, deputado federal Rodolfo Nogueira, para prefeitura do município.

Esse evento estava agendado para maio e foi adiado devido à internação de Bolsonaro,. A expectativa é da visita ocorrer ainda neste mês ou no início de julho.