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Chefes de milícia do Rio de Janeiro são transferidos para a Penitenciária Federal de Campo Grande

Ao todo, 31 criminosos cariocas serão remanejados para presídios federais. Seis foram para a capital

Ao todo, 31 criminosos cariocas serão remanejados para presídios federais. Seis foram para a capital - Foto: Reprodução/Rede Social Gov RJ
Ao todo, 31 criminosos cariocas serão remanejados para presídios federais. Seis foram para a capital - Foto: Reprodução/Rede Social Gov RJ

Seis acusados de liderarem milícias no estado do Rio de Janeiro foram transferidos nessa terça-feira (27) para a Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

A transferência ocorreu em duas etapas: os presos foram levados de helicóptero do presídio na zona oeste até o Aeroporto Internacional Tom Jobim/Galeão, na zona norte da cidade, e de lá, escoltados por policiais federais e agentes penitenciários federais, seguiram em um avião da PF rumo ao Mato Grosso do Sul.

Os seis presos transferidos são: Rodrigo dos Santos (conhecido como Latrell), Alexandre Jorge do Nascimento (Jason), Alexandre Silva de Almeida, André Costa Barros (Boto), Luís Carlos Moraes de Souza (Monstrão) e Marcelo de Almeida Farias Sterque (Marcelinho Merindiba).

Essa é a primeira fase de transferência de um total de 31 lideranças criminosas que serão removidas de presídios do Rio de Janeiro e encaminhadas para o sistema penitenciário federal em outros estados. O acordo para a transferência foi assinado na semana passada pelo governador Cláudio Castro e pelo ministro da Justiça, Flávio Dino.

Os outros 25 presos a serem transferidos ficarão custodiados em celas isoladas do presídio de Bangu I, no Complexo de Gericinó. O governo do Rio de Janeiro informou que o pedido de transferência foi baseado em investigações que evidenciaram a atuação desses presos na desestabilização da segurança pública do estado.

Medidas de contingência foram implementadas desde a autorização para as transferências, com o objetivo de evitar reações por parte das facções criminosas e milícias.

Ficha Criminal:

Rodrigo dos Santos, o Latrell. É ex-integrante da milícia do Zinho, principal braço armado do grupo. Tem 8 anotações criminais por homicídio qualificado, associação criminosa, receptação e extorsão e organização criminosa. Atua principalmente na Baixada Fluminense.

Alexandre Jorge do Nascimento, o Jason. Suspeito de matar 40 pessoas na Baixada, onde atua. Tem 9 anotações criminais por homicídio qualificado, homicídio simples, formação de quadrilha, porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e estelionato.

Alexandre Silva de Almeida, o Solinha. É ex-integrante da milícia do Zinho e atua em Campo Grande, na Zona Oeste. Tem 10 anotações criminais por organização criminosa, roubo majorado, homicídio, quadrilha ou bando e extorsão mediante sequestro.

André Costa Bastos, o Boto. É um dos chefes da milícia na região de Jacarepaguá e Recreio, dava ordens para ataques na Curicica e no Terreirão. Tem 6 anotações criminais por organização paramilitar, receptação, homicídios, posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, tráfico de drogas, associação para o tráfico de drogas.

Luís Carlos Moraes de Souza, o Monstrão. É chefe do tráfico de favelas de Macaé e do Morro do Urubu, com atuação também na Favela das Malvinas e na Nova Holanda. Tem 111 anotações criminais por tráfico de drogas, associação para o tráfico de drogas, homicídio qualificado.

Marcelo de Almeida Farias Sterque, o Marcelinho Merendiba. Conseguiu fugir do Complexo de Gericinó em janeiro e acabou recapturado em abril. Tem 11 anotações criminais por roubo, homicídio, resistência, porte ilegal de armas de fogo e tráfico de drogas.

Penitenciaria Federal de Campo Grande

 A Penitenciária Federal de Campo Grande foi construída em 2006 com uma capacidade de comportar 208 detentos.  É dotada de infraestrutura e equipamentos de segurança de última geração, como aparelho de raios X, de coleta de impressão digital e detectores de metais de alta sensibilidade. E abriga criminosos de alta periculosidade e chefes de organização criminosa, como o bicheiro João Arcanjo Ribeiro. A penitenciária já abrigou um dos maiores traficantes da América Latina, Fernandinho Beira-Mar, cuja as penas somam mais de 300 anos, e também o traficante internacional Juan Carlos Abadia.