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Corumbá tenta ampliar turismo de observação de pássaros para ser referência nacional

No município, é possível encontrar mais de 100 espécies apenas em um período do dia

Estudos feitos até agora apontam que em Corumbá há 412 espécies de aves - Foto: Viviane Amorim
Estudos feitos até agora apontam que em Corumbá há 412 espécies de aves - Foto: Viviane Amorim

A observação de aves é uma das ações que gera engajamento para a proteção ambiental e também representa em ativo para fomentar o turismo de contemplação. No município de Corumbá, três áreas foram estudadas e pesquisadores identificaram pontos estratégicos que permitem a observação dos animais. Para auxiliar nessa política de educação ambiental e projeto econômico, três placas com a listagem as espécies já foram instaladas, a mais recente ocorre neste sábado (19), na praça Jardim da Independência, no Centro da cidade. É possível encontrar mais de 100 espécies apenas em um período do dia

Além da Prefeitura local, a Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul está engajada no trabalho de pesquisa e identificação das aves. No mercado internacional, a prática é conhecida como birdwatching e movimenta turistas tanto do Brasil, como do exterior.

Em Corumbá, três hotspots, que são os pontos de referência para observação, estão localizados no Parque Marina Gattass, que fica perto da fronteira do Brasil com a Bolívia e no caminho do canal Tamengo, onde ele encontra o rio Paraguai; o Porto Geral da cidade, que fica às margens do rio Paraguai; e agora a praça central da cidade. Um novo ponto está sendo estudado e nova divulgação vai ser realizada ainda neste ano.

“O estado do MS é rico em diversas formas de vida e essa biodiversidade tem se tornado um dos mais importantes atrativos para o turismo sustentável e o contato com a natureza. Proteger esses ambientes naturais existentes no estado que envolvem biomas como o Pantanal, o Cerrado, Mata Atlântica e Chaco é fundamental para garantir a qualidade de vida de todos os envolvidos, comunidade receptora e turistas. Reforço o convite: ‘Vem Passarinhar MS’”, explicou a diretora do Instituto Mamede de Pesquisa Ambiental, responsável pelo levantamento e catalogação das espécies, Simone Mamede.

Estudos feitos até agora apontam que em Corumbá há 412 espécies de aves e esse registro já é motivo de turistas de diversas partes procurarem a região para conhecer detalhes. Localmente, esses observadores, alguns deles estudiosos, dependem da contratação de guias para auxiliar no direcionamento de principais pontos. O município já fez uma formação inicial de 18 guias e tenta profissionalizá-los para fazer a atividade crescer.

Na cidade, durante evento mundial de observação de aves, Corumbá vem figurando entre os três principais destinos. Por meio de um aplicativo online, os observadores fazem os registros. Esse sistema cria catálogos e rankings das principais localidades. Miranda também aparece na lista.

“Corumbá está implementando 4 placas em diferentes pontos da cidade. Uma no Porto Geral, outra no Parque Marina Gattass e, além desta que será na Praça da Independência, também haverá uma placa no Parque Municipal Piraputangas. Quem visitar a cidade e o Pantanal vai ver que temos um município posicionado sobre a importância da biodiversidade local. A observação de aves é uma janela para mais coisas, pois, quando você vai passarinhar passa a perceber outros animais, os ambientes, as paisagens, a floração das plantas e isso traz uma sensação de bem-estar”, detalha Gabriel Oliveira, diretor de Educação Ambiental da Fundação Pantanal.

Neste sábado (19), entre 6h e 8h, um grupo promoverá uma passarinhada na praça Jardim da Independência, em Corumbá, para marcar o lançamento da placa no local. São cerca de 1900 espécies de aves catalogadas no Brasil e em Mato Grosso do Sul é possível encontrar mais de 650 delas, vivendo livremente em ambientes rurais e urbanos. São vários os locais para a prática da atividade, como o Pantanal, Parque Nacional da Serra da Bodoquena, Parques Estaduais, região turística Cerrado Pantanal e até a capital, Campo Grande.

Mato Grosso do Sul possui ainda um diferencial para os observadores brasileiros que é a presença de duas espécies que, dentro do território nacional, só são observadas no Pantanal sul-mato-grossense e na Serra da Bodoquena. Fora do território nacional, o Rapazinho-do-chaco (Nystalus striatipectus) é avistado no leste da Bolívia, Paraguai e norte da Argentina, e o Tiriba-fogo (Pyrrhura devillei) pode ser encontrado no chaco paraguaio.