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Em uma semana, comunidade tem barracos demolidos e notificações de despejo

Comunidade Esperança fica na região sul da cidade, e abriga famílias há mais de 10 anos

Cerca de 80 famílias vivem na comunidade na região sul da capital - Foto: Fernando de Carvalho/CBN-CG
Cerca de 80 famílias vivem na comunidade na região sul da capital - Foto: Fernando de Carvalho/CBN-CG

Cerca de 80 famílias vivem um cenário de incerteza na comunidade Esperança, localizada no bairro Parque do Lageado, região sul da capital. Nesta semana, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur) entregou ordem de despejo para algumas famílias da comunidade. Caso a ordem não seja cumprida, as famílias podem ter seus barracos demolidos.

Segundo relato dos moradores, na terça-feira (14) maquinários da prefeitura derrubaram algumas moradias na comunidade, sem aviso prévio. "Vieram os tratores e acabaram derrubando boa parte das casas, os vizinhos que não deixaram derrubar o resto", comentou o mecânico, Jefferson dos Santos.

Jefferson está na comunidade há dois anos e meio, e aponta que todos da comunidade estão a procura de um lar. "Todos nós estamos a procura de um canto. Não estamos querendo nada de graça, só queríamos um lugar digno, um lugarzinho pra gente".

Em nota, a prefeitura de Campo Grande que as famílias notificadas devem procurar a Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (Emha) para verificar a situação cadastral junto à agência. ""A Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (Emha) informa que as famílias notificadas devem procurar atendimento na Emha para verificar a situação cadastral junto à agência. Após isso, o caso será avaliado pela Emha para fins de estudo de viabilidade de atendimento no futuro. Vale destacar que em fevereiro deste ano foram entregues 91 novas moradias disponibilizadas às famílias do Jardim José Teruel."

Morador da comunidade há nove meses, William da Silva vê com preocupação essa notificação. "Tem família morando há sete, dez anos, e só alguns barracos foram notificados. Está todo mundo precisando de uma moradia e eles só notificam alguns. Temos medo deles falarem que não fomos notificados porque não moramos aqui. A gente quer que o órgão público venha aqui e veja a nossa situação".

A prefeita Adriane Lopes comentou sobre a situação da comunidade e disse que as políticas de habitação do país são burocráticas. "A nossa equipe da Emha tem o cadastro e estamos avançando, só que as políticas de habitação do Brasil tem protocolos, leis para serem cumpridas. Nós estamos cadastrando e atendendo".

*Atualizada para acréscimo de informações às 13h30