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Em visita de Lula ao Pantanal, autoridades apontam que Serra do Amolar e Nhecolândia são prioridades

Lei sancionada em Corumbá vai priorizar ações de prevenção a partir do próximo ano para tentar evitar atual tragédia ambiental

Lula sobrevoando o Pantanal - Foto: Ricardo Stuckert
Lula sobrevoando o Pantanal - Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizou sobrevoo às áreas atingidas por incêndios na região de Corumbá, no Pantanal, nesta quarta-feira (31).

Nesse acompanhamento, as autoridades de combate às chamas apontaram que a região da Serra do Amolar e da Nhecolândia, perto do rio Negro, são prioritárias para tentar controlar o fogo. O governador Eduardo Riedel (PSDB) e a ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, também participaram de toda a agenda.

O governo federal já empenhou R$ 137,1 milhões para tentar controlar as chamas, porém o fogo já consumiu 6% do Pantanal nestes primeiros sete meses de 2024. E um prognóstico do Lasa/UFRJ aponta que os incêndios neste ano têm potencial para atingir 2 milhões de hectares e as autoridades públicas concentram esforços para tentar frear esse cenário futuro.

Nessa visita de Lula, Corumbá ficou com densa fumaça ao longo de todo o dia. Apesar dessas condições, o presidente não abordou a questão da fumaça. Além do sobrevoo, ele também conheceu as instalações da base local do Prevfogo/Ibama e conversou com brigadistas.

Segundo boletim divulgado nesta terça-feira pelo Ministério do Meio Ambiente, há 890 profissionais do Governo Federal em campo, entre integrantes das Forças Armadas (491), do Ibama / ICMBio (351), da Força Nacional de Segurança Pública (38) e da Polícia Federal (10). São 15 aeronaves em operação, entre aviões e helicópteros, e 33 embarcações.

Lula veio a Corumbá, no epicentro dos incêndios, para sancionar a lei que institui a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo. O manejo integrado é uma abordagem planejada e coordenada para usar o fogo de forma controlada e consciente, visando prevenir e combater incêndios florestais, conservar ecossistemas e respeitar práticas tradicionais.

Esse plano, que já tem lei vigente em Mato Grosso do Sul, vai tentar estruturar ações de prevenção ao fogo no Pantanal a partir do próximo ano.

"Essa estratégia combina conhecimentos técnicos, científicos e tradicionais para minimizar os impactos negativos do fogo, garantindo a segurança ambiental e humana. Inclui o uso controlado do fogo em atividades agropecuárias, de conservação e de manejo ambiental, sempre com autorização dos órgãos competentes. Queimadas para agricultura de subsistência por essas comunidades não exigem autorização, mas devem seguir acordos prévios e comunicação aos brigadistas florestais", informou o governo federal, em nota.

A política nacional será implantada em cooperação entre União, estados, Distrito Federal, municípios, sociedade civil e entidades privadas, visando prevenir e reduzir os impactos dos incêndios florestais e promover o uso controlado, prescrito ou tradicional do fogo.

O uso do fogo será permitido em locais onde as peculiaridades se justifiquem para práticas agropecuárias, pesquisa científica, prevenção e combate a incêndios, agricultura de subsistência de povos indígenas, quilombolas ou tradicionais, e capacitação de brigadistas florestais.

"O Brasil vai sediar a COP-30, ano que vem, na cidade de Belém, e vai ser a primeira vez que a gente vai trazer o mundo para a gente dizer o que a gente vai fazer com o nosso país. Porque o mundo dá muito palpite sobre o Brasil, todo mundo se mete a cuidar do Brasil, quando, na verdade, nós é que sabemos cuidar do Brasil. Os nossos indígenas é que sabem cuidar desse país. Os nossos quilombolas é que sabem cuidar desse país e o nosso povo trabalhador. Portanto, esse dia de hoje é muito especial", discursou Lula.