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Empresários e moradores reclamam de insegurança na região do Lagoa

Apesar de diminuir o número de roubos neste ano, se comparado com 2023, quem mora e trabalha pelos bairros ainda convive com o crime; dois empreendimentos foram invadidos só nesta semana

Na madrugada desta quinta-feira (25), quatro homens usaram um carro para quebrar e invadir estabelecimento - Foto: Reproução
Na madrugada desta quinta-feira (25), quatro homens usaram um carro para quebrar e invadir estabelecimento - Foto: Reproução

Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública do Estado (Sejusp) mostram que o número de roubos na região do Lagoa, ao sudoeste da Capital, diminuiu quase 15% nos primeiros seis meses do ano, se comparado com 2023. Foram registrados 202 roubos neste mesmo período no ano passado e agora, no primeiros semestre desse ano, esse número abaixou para 173.

Apesar da redução nos números, ainda há casos de roubos que preocupam os moradores na região. Como a invasão da concessionária de motocicletas do empresário Leandro Marques. Durante a madrugada desta quinta-feira (25), quatro homens usaram um carro para quebrar a porta de vidro do estabelecimento e invadir o local. Leandro teve um prejuízo de mais de 50 mil reais e fala sobre o acontecido.

"Foi muito rápido, são 57 segundos mais ou menos a duração de toda a ação. Eles deram um prejuízo gigantesco aqui para a empresa quebraram tudo. Após entrarem no estabelecimento, eles começaram a pegar os capacetes de marca, capacetes caros e jogaram no carro. Infelizmente não deu tempo de encontrar eles ainda dentro do estabelecimento. E a gente investe com câmeras e alarmes, só que infelizmente nós ficamos presos do lado de dentro, o bandido está solto do lado de fora e a gente fica à mercê", disse o empresário.

Os quatro suspeitos conseguiram fugir do local e ainda não foram encontrados pela polícia. O carro foi deixado em uma das ruas do bairro e foi constatado pela polícia que ele havia sido roubado momentos antes deles usarem para a invasão na loja.

Quem também teve o estabelecimento roubado na região do Lagoa foi a empresária Maria do Carlos Dantes. Ela possui um mercado no bairro Jardim São Conrado e teve o comércio invadido duas vezes em menos de uma semana. A invasão mais recente foi na madrugada da última terça-feira (23). Um rapaz entrou no estabelecimento pelo telhado e foi flagrado pelas câmeras tentando fugir após se assustar com o alarme.

Antes mesmo dos policiais chegarem ao local, o homem foi encontrado morto a tiros em um terreno ao lado do mercado instantes após a tentativa de fuga. A Polícia ainda não tem a informação de quem efetuou os disparos e nem identificação do rapaz morto, pela falta de documentos.

A proprietária do mercado, dona Maria do Carmo Dantes, conta como foi durante a madrugada e fala sobre a invasão.

"Por volta de 2h10 da madrugada, eu e meu guri em casa, que é meu neto, acordamos com o barulho e ficamos assustados. Liguei para a polícia, mas não atenderam. Chamei o guardinha que faz rondas na rua e ele se deparou já com esse bandido caído. Da mesma forma que o bandido entrou a primeira vez, entrou na segunda, só que em local diferente, mas pelo telhado. Na primeira vez eu estava sem imagem e sem alarme. E passado um dia do acontecido coloquei a câmera com alarme e ele achou que dessa vez ia passar bem também só que o alarme disparou e ele se assustou e não levou nada", contou a proprietária do mercado.

Após as invasões, além de investir com câmeras e alarmes, a proprietária ainda tem que concertar o telhado constantemente. Tudo para melhorar a segurança no local e garantir noites mais tranquilas no bairro Jardim São Conrado que, segundo ela, precisa mais policiamento.

E a falta de segurança é dita também por outros moradores. O frentista Almir Moraes mora no Jardim São Conrado e, segundo ele, realmente falta policiamento e essa situação de roubo no mercado, não foi a única.

"Tá difícil. Não é só essa situação. Minha sogra foi assaltada aqui na região, no ponto de ônibus de madrugada, nos vizinhos que a gente fica sabendo também que não tá muito legal não, muito seguro não. Faz tempo. Mas a Honda policial vai ajudar bastante, tá em falta".

Quem também já sofreu muito com a falta de segurança na região é a diarista Lucimara Campos. Ela mora no bairro há mais de 20 anos e conta pelo o que já passou com os criminosos.

"Aqui está muito precário, acontecendo assalto, tinha que ter mais segurança, porque aqui a gente levanta cedo para trabalhar e os bandidos vêm para assaltar a gente, mas não tem coragem de trabalhar. A gente tem até medo de moto, eles vêm de moto, ameaça a gente com faca e com revolver. Eu mesma já fui assaltada quase três vezes aqui, e da outra vez até de bandido eu apanhei. Lá de perto do lado norte-sul levei uma coronhada de revolver. Aqui a polícia é zero, a gente anda até com medo, não tem nem mais segurança mais", falou a moradora.

Diretor da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Fernando Nogueira, explica por que os casos de roubo continuam acontecendo nos bairros distantes do centro.

"Em regra, os bairros, apesar de ter delegacias em todas as regiões de Campo Grande, a polícia não consegue atender. Por isso que a Secretaria de Segurança tem que mapear as áreas onde está tendo maior índice de criminalidade para usar toda a máquina do Estado para coibir crime daquelas regiões. Esse é o único meio de você diminuir violência pontual. No caso do bairro São Conrado, que teve roubo, realmente a polícia vai atender posteriormente porque a PM não consegue estar fazendo vigilância em todas as ruas. Mas quando há um índice de roubo, furto, tráfico em determinadas áreas, a Secretaria de Segurança media esforços e atende a questão", explicou o especialista criminal.

Retorno da PM

"A Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul informa que o patrulhamento preventivo é realizado diuturnamente na região informada, por meio da 10ª Companhia Independente de Polícia Militar, bem como por nossas Unidades Especializadas (Batalhão de Choque e BOPE). Rondas e abordagens de indivíduos e veículos em atitude suspeita ocorrem durante todo o dia e noite, bem como o atendimento das chamadas de emergência via 190. Assim, as viaturas estão constantemente em patrulha, em toda a nossa Capital, e em todo o estado.

A PMMS não tem conhecimento de problemas com a comunicação via 190 no período mencionado, contudo, tal informação será levada aos responsáveis e será feita uma análise da referida, de modo a melhor atender a população sul-mato-grossense.

Da mesma forma, solicitamos que seja incentivado que as pessoas sempre registrem a ocorrência ou informem a uma equipe policial quando algo do tipo ocorrer, visando uma melhor prestação de serviços por parte da Polícia Militar para a sociedade sul-mato-grossense."

 

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