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Marquinhos, a pedra no sapato do PSD

Ex-prefeito terá de sair do partido para não atrapalhar aliança do irmão com PSDB em Campo Grande

Colunista Adilson Trindade durante Jornal CBN Campo Grande. - Foto: Duda Schindler/CBN-CG
Colunista Adilson Trindade durante Jornal CBN Campo Grande. - Foto: Duda Schindler/CBN-CG

O maior problema do PSD hoje tem nome e sobrenome: Marquinhos Trad. Ele é obstáculo do partido para fechar aliança com PSDB nas eleições para prefeito de Campo Grande. Uma reunião recente em São Paulo entre o chefão nacional do PSD, Gilberto Kassab, o senador Nelsinho Trad e o deputado federal Beto Pereira, do PSDB, ficou acertada a formalização de parceria na Capital.

Para concretização desse acordo, o PSD terá de rifar o ex-prefeito Marquinhos Trad e a pré-candidatura do deputado estadual Pedrossian Neto a prefeito de Campo Grande. Kassab e Nelsinho conversaram com Marquinhos sobre o problema que ele representa ao partido.

Marquinhos já sabe que não tem mais espaço no PSD. Ele terá que deixar o partido na primeira semana de abril para concorrer a uma vaga de vereador por outra agremiação. Marquinhos pode acabar se juntando com a sua então vice e atual prefeita Adriane Lopes no PP. 

O ex-prefeito não faz parte dos planos do PSD nem para disputar vaga na Câmara Municipal. Marquinhos, lógico, ficou muito chateado. Ele terá de separar dos irmãos Nelsinho e Fábio Trad para seguir sua jornada política por outro partido.

Para quem conhece muito bem os irmãos Trad sabe que eles não falam a mesma língua em política. Fábio, por exemplo, como deputado federal batia duro no então presidente Jair Bolsonaro. Ele não foi reeleito e ganhou um cargo no governo Lula. Já Nelsinho nunca escondeu o seu lado bolsonarista. Ele foi aliado do então presidente e mantém até hoje uma posição contrária a política do PT em relação a pauta de costumes. 
Marquinhos procurava não expor o seu posicionamento, seja a favor de Bolsonaro ou Lula. Mas não escondia suas divergências política dos irmãos.

Em Mato Grosso do Sul, Marquinhos renunciou ao cargo de prefeito em 2022 para disputar ao Governo do Estado. Ele foi aconselhado pelos irmãos a ficar quieto na prefeitura. Não deu ouvido e pagou um preço político muito caro. O seu desempenho nas urnas foi um fracasso e amargou sexta posição na votação dos candidatos a governador. Ele se apresentou como ferrenho opositor ao governo de Reinaldo Azambuja.

Ao contrário de Nelsinho, que no segundo turno abraçou a candidatura de Eduardo Riedel (PSDB). Ele bateu no Capitão Contar nas urnas para suceder Azambuja no governo. Nas eleições de 2018, Nelsinho foi eleito senador com apoio de Azambuja. Ele quer repetir essa parceria em 2026 quando estará disputando a reeleição. A ideia é fazer dobradinha com Azambuja na briga pelas duas vagas de senador.

Essa relação de parceria de Nelsinho e PSDB ou mesmo com Azambuja dura mais de 20 anos. Quando foi prefeito de Campo Grande, a vice de Nelsinho era Marisa Serrano, do PSDB.  E Nelsinho não quer de jeito nenhum ter o seu projeto político prejudicado por causa das rixas de seu irmão com o ex-governador Reinaldo Azambuja e outros integrantes do PSDB. Então, melhor saída para não comprometer esse acordo é Marquinhos cair fora do PSD. Com ele no partido, a cúpula do PSDB fecha aliança.

Confira na íntegra: