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Primeiros 5 meses serão decisivos para os partidos

O tempo está se esgotando para as negociações de alianças, definições de candidaturas a prefeito e de chapa de vereadores

Colunista Adilson Trindade em participação no Jornal CBN Campo Grande desta sexta-feira (5).
Colunista Adilson Trindade em participação no Jornal CBN Campo Grande desta sexta-feira (5).

Tudo que foi conversado durante o ano de 2023 não passa de uma preliminar para conhecer o terreno e o poder de força dos virtuais rivais. E, também, de eventuais aliados. A partir deste mês, as negociações serão mais conclusivas. As lideranças vão sentar em volta de uma mesa para definição dos candidatos a prefeito e das alianças partidárias. Além disso, os partidos terão de cuidar da montagem da chapa de vereadores. Por falar em vereadores, abril abre a janela para mudança de legendas.

Em Campo Grande, nem todos os grandes partidos deverão ter candidato próprio a prefeito. Em 2023, todos tinham nomes testados na pré-campanha. Mas nem todos empolgaram os eleitores, de acordo com pesquisas para consumo interno dos partidos.

Os dirigentes dos partidos não só avaliam as intenções de voto dos seus pré-candidatos. Eles buscam, em outro método de pesquisas, a qualitativa, o conhecimento do perfil de candidatos interessados pelo eleitorado. A intenção de voto representa o cenário do momento. O eleitor, geralmente, aponta o nome mais conhecido. Mas o problema é a rejeição. 

Então, os partidos passarão os últimos quatro a cinco meses debruçados em análise das pesquisas qualitativas. Este tipo de consulta é mais conclusivo. Os partidos, com esses dados em mãos, vão decidir por lançamento de candidato próprio ou por aliança.

As conversas serão intensas até abril e maio. São meses de definição de rumo nas eleições. O ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente regional do PSDB, busca atrair para o palanque do deputado federal Beto Pereira o MDB do ex-governador André Puccinelli. Seria menos um rival para bater nas urnas.

Outro que deve embarcar no palanque de Beto é o Podemos. A senadora Soraya Thronicke, que assumiu a presidência em novembro, já sinalizou aliança com PSDB na Capital.
Azambuja quer mais. Ele tem conversado, também, com a presidente regional do União Brasil, Rose Modesto. As pesquisas apontam o potencial de voto de Rose. Ela está naquele dilema de deixar o comando da Sudeco agora em abril para concorrer à Prefeitura de Campo Grande. 

Rose é hoje a política mais assediada por lideranças de outros partidos. Todos a querem para ser vice. Ela conversou com André e com Azambuja. Só que a ideia de ser vice não empolga Rose. Ela já disse aqui na CBN não aceita a proposta. “Vice, nem pensar!", declarou. Mas ela pensa em ser prefeita. Tudo vai depender, no entanto, dos análises das pesquisas nesses primeiros meses para poder tomar decisão segura e definitiva.

Não é só o PSDB e MDB está de olho no União Brasil de Rose. A prefeita da Capital, Adriane Lopes (PP), também, a quer como aliada. Conversa entre as duas já ocorreu. A senadora Tereza Cristina, dirigente máxima do PP no estado, também, tem mantido contato com Rose.

O futuro do PL do ex-presidente Jair Bolsonaro é uma incógnita. O partido ainda não sabe o rumo a trilhar. O partido indicou o nome do deputado federal Marcos Pollon para disputar a prefeitura da Capital. Só ficou na indicação porque não se viu movimentação dele para ganhar projeção eleitoral na cidade. O PL não tem só o Pollon como destaque. Ninguém pode ignorar a força do deputado estadual Coronel Davi. Mas ele parece que se recolheu. Está quietinho em seu canto, esperando pelo desfecho das negociações políticas. O partido ainda sonda o ex-deputado estadual Capitão Contar. Ele está sem mandato, porque perdeu a eleição, no segundo turno, para governador numa disputa com Eduardo Riedel (PSDB), o vencedor.

A orientação do comando nacional do PL é para ter candidato em todas as capitais. Lógico que poderá ter exceção. E pensando nessa exceção entra a senadora Tereza Cristina. Ela por ter ligação estreita com o ex-presidente Jair Bolsonaro, busca convencê-lo a levar o PL para o palanque da Adriane Lopes.

Já o PSD não terá nenhum Trad disputando a prefeitura por barreira constitucional. Um irmão não poderia concorrer à sucessão de irmão. Mesmo com a renúncia de Marquinhos Trad e a efetivação da vice, Adriane Lopes, há impedimento legal. Diante desse imbróglio, o PSD deve apostar na renovação com a candidatura do deputado estadual Pedrossian Neto. O que não falta para ele é sobrenome forte. Ele é neto de um ícone da política de Mato Grosso do Sul, Pedro Pedrossian, que governou o Estado por duas vezes.

O PT não terá muita facilidade de encontrar parceiros de peso para apoiar a deputada federal Camila Jara. Mesmo sendo partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os grandes partidos preferem unir contra o petismo em Campo Grande. Até hoje, o PT não conseguiu eleger um prefeito da Capital. Quase chegou lá em 1996. Por causa de 411 votos Zeca do PT não virou prefeito. O vencedor foi André Puccinelli.

Confira na íntegra: