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Procon qualifica equipe para atender público 60+

Mais de 20% dos atendimentos no Procon/MS são de pessoas idosas; a falta de informações contribui para que muitos caiam em golpes

Onivaldo reclama do assédio de golpistas por telefone - Foto: Kleber Clajus/Governo-MS
Onivaldo reclama do assédio de golpistas por telefone - Foto: Kleber Clajus/Governo-MS

O telefone do aposentado Onivaldo Zanetti, 70 anos, não para de tocar. Do outro lado da linha golpistas tentam ludibriar mais uma vítima. Contudo, Zanetti está atento e já recomenda: “tem que desligar e pedir o bloqueio. Banco não liga para a gente e nem pede dados pelo telefone”.

Como ele, muitas pessoas acima de 60 anos enfrentam todos os dias a esperteza de alguns e a ausência de suporte, conhecimento ou mesmo a compreensão de outros. Assim, eles recorrem aos serviços públicos em busca de orientação e da garantia de seus direitos.

Dos atendimentos realizados pelo Procon/MS (Secretaria Executiva de Orientação e Defesa do Consumidor), no período de 1º de janeiro a 25 de junho de 2024, 22% foram de pessoas idosas. A principal queixa esteve associada aos serviços financeiros como os cartões de crédito, débito, de loja, crédito consignado e seguros.

O secretário-executivo do Procon/MS, Ângelo Motti, explica que as mulheres (52%) são as que mais têm buscado o suporte da instituição vinculada à Secretaria de Assistência Social e dos Direitos Humanos (Sead-MS).

Uma sala do Procon/MS está sendo destinada para o atendimento presencial desse público, para tratar os casos mais complexos, a fim de humanizar a atenção prestada e os profissionais que trabalham no local estão sendo treinados para lidar com o público 60+ e contribuir para a prevenção à golpes. "Precisamos mudar como vemos a pessoa idosa”, diz Motti.

Informação para combater os golpes

Na avaliação do defensor público e coordenador do Núcleo de Promoção e Defesa do Consumidor e Demais Matérias Cíveis Residuais (Nuccon), Carlos Eduardo Oliveira de Souza, é preciso conscientizar as pessoas sobre seus direitos. "Com o conhecimento adquirido, que elas possam identificar situações de abuso e adotem o 'não', quando compelidas a emprestar seus dados e cartões para compras de familiares e terceiros em seu nome".

A coordenadora do Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh), defensora pública Thaisa Raquel de Albuquerque Defante, esclarece que notificar os casos de violência contra a pessoa idosa, inclusive os relacionadas às finanças, possibilita compreender melhor o cenário e estabelecer ações mais efetivas na garantia de seus direitos.

Sobre os golpes, eles podem ocorrer nos mais diversos formatos. O delegado titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo (Decon-MS), Reginaldo Salomão, disse que foram registradas 145 ocorrências em que idosos passaram por situações como retenção de seu cartão ou mesmo estelionato, neste ano. Em grande parte das vezes a lesão ocorre por parte de um familiar. “Se desconfiar que está sendo lesado, procure a delegacia”, pontua.

O especialista em finanças Luis Serrano lembra que, para além do núcleo familiar, os bancos e financeiras também se aproveitam do nível de conhecimento dos idosos para vender produtos e serviços. Por isso, é importante buscar orientação qualificada para evitar comprometimento emocional e financeiro em suas relações com o dinheiro.

Já a presidente do Conselho Estadual da Pessoa Idosa, Ana Maria Thimóteo, complementa que, para o suporte, informação e registro de denúncias sobre violações de direitos, há uma rede de apoio disponível por meio do Disque 100 (nacional) e Disque 181 (estadual).

Nos casos que envolvam relações de consumo, as pessoas idosas podem ligar no Disque Denúncia 151.

*Com informações Governo de MS

 

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