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Piso Salarial

Professores da REME terão salários integralizados com o piso nacional apenas em 2028

Câmara aprovou, em regime de urgência, o projeto de lei na terça-feira (3) e prefeita sancionou na quarta-feira (4)

Prefeita Adriane Lopes durante evento de sanção do projeto de lei - Foto: Gerson Wassouf/ CBN-CG
Prefeita Adriane Lopes durante evento de sanção do projeto de lei - Foto: Gerson Wassouf/ CBN-CG

Cerca de 7.800 professores da Rede Municipal de Ensino de Campo Grande terão a integralização do piso nacional do magistério. O reajuste será escalonado e começará ainda no mês de outubro.

A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP) apontou que a integralização do piso nacional do magistério por 20 horas representa um grande avanço. "Quando assumimos a gestão estávamos com 52% do piso nacional, e agora nós estamos avançando para 70%. São 10 anos sendo recompostos em um ano", pontuou.

A integralização do piso prevê um cronograma para o pagamento total até 2028. Serão repassados a classe, 14,95% (não cumulativos) nos próximos meses, sendo 5% em outubro, 5% em janeiro de 2024 e 4,95% em maio de 2024. Em setembro de 2024, será incorporada a reposição de 30% do reajuste anual do piso nacional. Em dezembro de 2024, será incorporada a reposição de 70% do reajuste anual do piso nacional.

Entre 2025 e 2028, haverá repactuação com reajustes de 12%, 14%, 15,79% e 10,39% nos meses de setembro de cada ano, além da reposição de 100% da correção anual do piso nos meses de maio.

O secretário de Educação de Campo Grande, Lucas Bittencourt, afirmou que o aumento para a classe foi dentro do possível. "Foi feita uma comissão, essa comissão avaliou. Era o clamor da categoria, existe o que é o ideal, real e possível e nesse momento o que é possível garantir, prometer e cumprir foi implementado nessa lei", afirmou.

O presidente da ACP,  Sindicato Campo-Grandese dos Profissionais da Educação Pública, Gilvano Bronzoni relembra que a demanda da categoria existe há muito tempo. "Em 2012  nós começamos com a primeira lei do piso para alcançar esse salário mínimo para os professores em Campo Grande. Em 2015 recebíamos 87% do piso, e entramos no ano de 2023 recebendo 52% do piso. Então há uma desvalorização do profissional.  Cinco anos para alcançar a integralização é um tempo considerável, mas ganho que eu acredito é findar a insegurança de não saber qual é a valorização que você terá para 2023, 2024, ano a ano. Nós temos que ultrapassar essa pauta da questão salarial para podermos centrar energias na questão da estrutura, do pedagógico, para que a gente possa avançar”, frisou.

De acordo com o Presidente da Comissão de Educação da Câmara, vereador, Professor Juari, o aumento não é suficiente. "Nós estamos com um desgaste de 10 anos de desvalorização. O salário de professor de Campo Grande já foi o maior do Brasil, e hoje está entre os piores. Nós temos um risco muito grande colocando a integralização para 2028, comprometendo a gestão completa do próximo prefeito", destacou.