A pecuária deve crescer 15% nos próximos 10 anos, conforme estimado pelo gerente comercial da Agro Amazônia, Carlos Simplicio, em entrevista à CBN Campo Grande, rádio que integra o Grupo RCN de Comunicação. Simplicio destaca a importância do desenvolvimento simples e organizado de agricultores e pecuaristas. Leia a entrevista na íntegra:
O desenvolvimento sustentável é meta para empresas hoje em dia?
Carlos: A gente entende como sustentabilidade a viabilidade econômica, a questão social e meio ambiente. Nesse contexto, a Agro Amazônia tem papel de orientação aos pecuaristas para que façam trabalho de preservação de suas matas ciliares, das suas reservas legais.
Quais as oportunidades enxergadas por vocês? O que o Estado pode oferecer para empresas de fora e por que vocês vieram para cá?
Carlos: O Mato Grosso do Sul está entre um dos quatro maiores estados do agronegócio brasileiro, tanto na agricultura, quanto na pecuária. E, a Agro Amazônia, como é um grupo com distribuição de insumos para o Brasil, nós enxergamos que, aqui podemos contribuir muito, tanto na assistência técnica, para fazer com que o agricultor e pecuarista saiam de um patamar de atividade. Lembro que o Brasil é um país que deverá contribuir com 40% a 50% da oferta de alimenta até 2050.
A gente vem falando muito sobre agregar valor. Temos plantio de soja, milho, que nos torna fortes na agricultura. Depois, temos uma cadeia de empresas até chegar no consumidor. Então, a Agro Amazônia também entra nessa cadeia?
Carlos: Sim. Nosso papel não é só insumos. Nós temos os melhores insumos, estamos distribuindo e comercializando com os melhores fabricantes, mas, nós também temos nosso lado de assistência técnica, de apoio ao produtor. Se você comparar o agricultor com pecuarista, este último ainda necessita de mais suporte técnico para poder alcançar mais produtividade. A média brasileira, de arroba por hectare, corresponde a 3,3 arroba/hectare/ano. E nós temos como meta alcançar o objetivo de 60 arroba por hectare por ano.
Como consegue levar o pecuarista a aumentar essa produção?
Carlos: A Agro Amazônia tem essa opção, a de oferecer ao pecuarista todo suporte técnico e de insumos para que ele consiga, nessa escalada, não sair da atividade e continuar aumentando produtividade e gerando emprego. Porque quando você aumenta a produtividade, você acaba gerando emprego de uma forma economicamente sustentável.
Se o produtor investir em informação e tecnologia, isso evita gastos desnecessários?
Carlos: Exatamente. Por isso eu reforço, de uma forma simples. Se entramos com uma forma muito complexa, o pecuarista pode não enxergar o que é capaz de fazer. Mas, se você começar de degrau a degrau para aumentar a produtividade aos poucos e fazer um calendário de crescimento, mostrando indicadores que ele tem que seguir, qual tecnologia a adotar, isso faz com que, passo a passo, de forma simples, consiga atingir melhores resultados.
Qual o planejamento e projeção de mercado para os próximos cinco anos?
Carlos: Se sair a rota Biocêanica, haverá valorização do mercado de proteína, tanto o de frango, suínos e de grãos. Tudo vai valorizar. Acredito que a projeção é de crescimento da pecuária em, no mínimo, 10%. Isso porque estamos limitados à produção de bezerros. Na medida em que se começa a aumentar a produção de bezerros, a gente começa a aumentar a produção de carne. O Brasil caminha lateralmente nos últimos três anos, matando 40 milhões de cabeça por ano. Não teve nenhum crescimento. Porém, a demanda existe. Se tivéssemos mais bois, mais carne, teríamos abatido mais animais.