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Superlotação

Santa Casa avalia possibilidade de parar serviços nesta semana

Após quase um mês da última crise, hospital volta a lidar com a superlotação e aguarda retorno da Sesau; até o momento, pacientes estão sendo recebidos pela instituição filantrópica

Hospital tenta agilizar altas para liberar o Pronto-Socorro e o Centro Cirúrgico - Foto: Arquivo/ CBN CG
Hospital tenta agilizar altas para liberar o Pronto-Socorro e o Centro Cirúrgico - Foto: Arquivo/ CBN CG

Nesta segunda-feira (22), a Santa Casa de Campo Grande emitiu uma nota afirmando a situação de superlotação extrema no Pronto-Socorro do hospital. A Diretoria Técnica avalia a possibilidade de restrição total do serviço, caso o excesso de pacientes continue.

O hospital, maior receptor de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) em Mato Grosso do Sul, enviou um ofício para a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) e solicitou apoio para desviar o fluxo de pacientes. "Além disso, internamente, estamos acelerando as altas para não entrar em ponto de colapso", afirma o texto.

Superlotação

De acordo com os dados divulgados pela Assessoria da Santa Casa nesta manhã (22), são 84 pacientes no Pronto-Socorro, sendo 66 na Unidade de Decisão Clínica Não Crítica, com 40 internados e 26 em observação. Entre os 18 pacientes na Unidade Decisão Clínica Crítica, conhecida como "Área Vermelha", 10 estão internados, cinco pacientes intubados e três em observação.

O Centro Cirúrgico do Hospital também passa pela situação crítica, com 18 pacientes em recuperação que aguardam um leito. Destes, nove estão alocados na recepção do Centro Cirúrgico e a outra metade na parte interna, sem previsão de vagar um leito para que deixem a área cirúrgica.

Histórico

Há quase um mês, no dia 27 de abril, a Santa Casa de Campo Grande havia implementado uma restrição para receber novos pacientes devido a uma crise de superlotação dos serviços de urgência e emergência no pronto socorro adulto e pediátrico.

Na data, o diretor técnico da Santa Casa, Willian Lemos, afirmou à CBN que 90 pacientes estavam em atendimento e mais 12 esperavam para chegar ao pronto socorro.

Ainda em abril, no dia 20, o governo federal havia anunciado o repasse de R$ 2 bilhões para entidades filantrópicas de saúde, e, na semana seguinte (24), anunciou o repasse de mais R$1,5 bilhão aos estados e municípios para auxiliar no funcionamento de entidades privadas que colaboram com o Sistema Único de Saúde (SUS). 

A Santa Casa de Campo Grande, por ser o hospital com o maior número de atendimentos realizados pelo SUS no Centro-Oeste, recebeu o maior repasse, com R$ 13,9 milhões. 

Neste mês, a CBN Campo Grande já havia destacado que hospitais filantrópicos e Santas Casas de MS acumulam um déficit operacional de R$ 495 milhões nos últimos quatro anos.