Veículos de Comunicação

Gravidez Na Adolescência

“Tinha medo e vergonha quando engravidei aos 14 anos”, diz Maria Alice

Estudo revela queda de 38% no número de gestantes adolescentes nos últimos 20 anos em Mato Grosso do Sul

Filhos de Maria, Miguel e Benjamin são os "xodós" da família - Foto: Arquivo pessoal
Filhos de Maria, Miguel e Benjamin são os "xodós" da família - Foto: Arquivo pessoal

ACESSE O LINK PARA OUVIR A MATÉRIA COMPLETA: 

Um Estudo realizado pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), aponta queda de 38,4% nos índices de gravidezes adolescentes em Mato Grosso do Sul, nos últimos 20 anos. Mãe aos 14 anos, Maria Alice Catuver (25), enfrentou grandes desafios ao descobrir a gestação ainda adolescente. “Logo que descobri, não queria nem contar para minha mãe, porque ainda estava na escola, tinha medo e vergonha. Com cinco meses de gravidez, as coisas começaram a melhorar, mas foi bem difícil”, conta. 

Maria Alice e o filho Miguel

Conforme a pesquisa, no primeiro ano observado, a gestação juvenil atingiu 100 meninas em cada mil. Em 2019, esse índice caiu para 61,6 em cada mil. Segundo dra. Denise Leite Maia Monteiro, ginecologista e secretária da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Infanto Puberal, apesar da importante evolução, o cenário da gestação adolescente continua preocupante.

“Entre os estados brasileiros, a redução média foi de 40,7% no número de nascidos vivos de mães adolescentes. Cada estado, contudo, apresentou uma realidade distinta – variando de -17,4%, no estado maranhense, a -56,1% no Distrito Federal. A proporção de nascidos vivos de mães adolescentes do Sudeste e Sul são as menores do País, o que demonstra tendência inversamente proporcional ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)", comenta a especialista. 

Para o dr. William Leite Lemos Júnior, chefe do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Santa Casa de Campo Grande, o perfil das gestantes tem mudado nos últimos anos, mesmo com a prevalência de adolescentes grávidas. Segundo o especialista, o avanço da liberdade da mulher no sentido de acesso ao mercado de trabalho, aliado à integração de políticas públicas que trazem maiores esclarecimentos, além do próprio acesso à internet, são fatores que mudam o cenário.

Luane Rodrigues (29), também foi mãe na adolescência e afirma que a experiência aos 13 anos, foi bem difícil. "Foi um impacto quando descobri e levei umas duas semanas pra acreditar. Era muito nova e não pensava nas coisas direito. Foi bem complicado", diz.