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Apesar da crise, setor de higiene pessoal e perfumaria cresceu 10,4% em 2008

O faturamento líquido do setor foi de R$ 21,546 bilhões

A crise financeira internacional não diminuiu a vaidade dos brasileiros. A constatação é do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), João Carlos Basilio. Para ele, o crescimento de 10,4% do setor no ano passado não chega a ser novidade, porque há mais de uma década essas taxas superam os dois dígitos.

“Nossa última avaliação sinaliza que, em 2008, crescemos 10,4% em relação a 2007. Com isso, completamos o nosso décimo-terceiro ano consecutivo de crescimento acima de dois dígitos”, comemora Basilio.

O faturamento líquido do setor foi de R$ 21,546 bilhões. “Para se ter uma idéia, entre 1996 e 2006, o setor obteve aumento real acumulado de 212,7% em seu faturamento. No mesmo período, o PIB [Produto Interno Bruto] brasileiro cresceu 32,6%; e a indústria em geral, 33,3%”, informa.

Segundo Basilio, o setor tem uma característica que o diferencia dos demais: não depende de crédito para que o consumidor  adquira seus produtos. "Dependemos principalmente da renda da população.” Ele destacou que as classes menos favorecidas estão consumindo mais artigos de higiene, perfumaria e cosméticos.

"Aumentar a renda de uma pessoa em R$ 10 pode parecer pouco, porque mal dá para uma pizza. Mas, para o nosso setor, é um valor considerável, porque significa um poder de compra de até quatro produtos. Imagina 90 milhões de brasileiros tendo essa renda a mais. Isso representa um incremento de 200 milhões de unidades por mês, ou R$ 2,4 bilhões por ano.”

Para Basilio, a participação crescente da mulher brasileira no mercado de trabalho também ajuda o setor. “Hoje, 33% dos lares são chefiados por mulheres.”Além disso, o uso de tecnologia de ponta e o conseqüente aumento de produtividade fizeram, segundo ele, com que os produtos comercializados no Brasil passassem a ter ótima relação entre qualidade e preço.

O mercado masculino também é promissor: “Há dez anos, apenas 10% dos homens brasileiros tinham algum tipo de cuidado, a ponto de consumir produtos como protetores e filtros solares. Esse mercado triplicou de tamanho até os dias atuais, estando em 40%. Isso significa que temos ainda um potencial de crescimento bastante expressivo, porque há 60% de homens com possibilidade de incorporar esses hábitos.”

“Há ainda o aumento da expectativa de vida do brasileiro. Isso faz com que as pessoas passem mais anos no mercado de trabalho e faz com que queiram manter uma aparência melhor.” Basilio aponta também as exportações como fator que levou o setor a alcançar números tão positivos.

“Dos diversos setores da indústria química, somos o único superavitário na balança comercial. Atualmente, exportarmos cerca de US$ 650 milhões, o que possibilitou um saldo positivo de US$ 200 milhões na balança.” Os principais compradores dos produtos brasileiros são a Argentina e o Chile. “Entre 2007 e 2008 nossas exportações cresceram 20,5%”, informa Basilio.

A expectativa é que o setor continue crescendo, mas talvez num ritmo mais lento. “Estamos trabalhando com expectativa de crescimento real em torno de 5%. Vamos continuar contratando e investindo”, concluiu Basilio.