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Aprovação de proposta que dificulta aumento de impostos é incentivo às indústrias

A afirmação é do presidente da Fiems, Sérgio Longen

O presidente da Fiems, Sérgio Longen, considerou a aprovação pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania) da Câmara dos Deputados da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 284/08, que exige que a criação ou o aumento de tributos sejam feitos por meio de lei complementar, um incentivo para que o empresário invista cada vez mais na produção, gerando mais emprego e renda. “O imposto não pode ser a solução para todos os problemas do País. O Governo Federal precisa conter os gastos públicos, reduzir o custeio da máquina e combater a corrupção”, analisou.

Na prática, a aprovação da PEC 284/08, ocorrida na sessão de ontem (25/11) da Casa de Leis, dificulta a elevação da carga tributária no País porque a aprovação de uma lei complementar requer maioria absoluta (metade mais um) de votos favoráveis na Câmara e no Senado. Ou seja, são necessários 105 votos a favor da lei na Câmara e 42 no Senado. A PEC 284/08 é uma 118 das proposições apontadas pela Agenda Legislativa da Indústria como prioritária para garantir a competitividade da economia brasileira.

“É um esforço para se impor limites à facilidade com que se aumentam impostos no Brasil. A lei complementar exige quórum qualificado e é um mecanismo para restringir a forma fácil com que se eleva a carga tributária”, disse o presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, que também é deputado federal pelo PTB de Pernambuco e autor da PEC 284/08. “Estou muito feliz pela PEC ter sido aprovada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara”, afirmou.

De acordo com a Agenda Legislativa da Indústria, o crescimento da carga tributária no Brasil se deve, entre outros fatores, à facilidade do Executivo criar novos tributos. A elevada carga tributária, que equivale a cerca de 36% do Produto Interno Bruto (PIB), encarece os custos das empresas, inibe investimentos na produção e incentiva a informalidade.

Ao aprovar a PEC, a Comissão de Constituição e Justiça concluiu que o texto está de acordo com a Constituição. Agora, a proposta seguirá para uma comissão especial a ser criada especificamente para tratar do assunto. Só depois será votada em plenário. “Há várias etapas ainda a cumprir. Mas a decisão de hoje é um grande passo para a PEC avançar”, destacou Monteiro Neto.