Veículos de Comunicação

4

Bovespa firma tendência e ganha 0,82% no fechamento

O Banco Central registrou a entrada de US$ 526 milhões no país nos primeiros cinco dias úteis deste mês

A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), que oscilou sem tendência definida durante boa parte do pregão desta quinta-feira, tomou impulso principalmente nas últimas horas da jornada, seguindo de perto a recuperação vista nos mercados americanos. A taxa de câmbio doméstica recuou a maior parte do dia e cravou R$ 1,82.

O Ibovespa, termômetro dos negócios da Bolsa paulista, avançou 0,82% no fechamento, aos 67.836 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,84 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York sobe 0,79%.

A valorização das ações da Vale, mais uma vez, puxou o ganho da Bolsa brasileira. Somente a ação preferencial da mineradora movimentou R$ 882,96 milhões, sendo negociada por um preço 2,05% maior no fechamento de hoje.

Profissionais de mercado destacam que China e Grécia, além da economia americana, continuam a ser as preocupações dominantes entre os investidores, mas que nesse semana houve uma percepção um pouco mais pacífica sobre esses assuntos.

Nos EUA, o aumento da produção industrial em janeiro continua a ser "a boa notícia da semana", num período carregado de indicadores importantes. No caso da China, aumentaram os elogios à política de contenção do crédito adotada pelo governo local, vista como uma medida acerta para conter um processo inflacionária.

E finalmente, a "novela grega" ganhou novos contornos, menos dramáticos por sinal, a partir do apoio explítico, mas não detalhado, da comunidade europeia. "O movimento coordenado dos países da União Europeia na busca de medidas que resguardem a estabilidade financeira da zona do euro deve diminuir o ímpeto dos ataques especulativos contra a moeda europeia", avaliam os analistas da Gradual Corretora, em relatório distribuído hoje.

"Parece que a Grécia parou de assustar tanto, como estava acontecendo antes. Há uma expectativa de que o quadro não esteja tão feio como se pensava. No mercado já se afirma que a Grécia não vai ser um novo "Leman Brothers", comenta Luiz Fernando Moreira, da mesa de operações da corretora Dascam, numa referência ao banco de investimentos cuja quebra em setembro de 2008 precipitou a fase mais dramática da recente crise mundial.

Economistas também citam o otimismo entre os investidores pelos resultados já divulgados de empresas brasileiras, batendo ou mesmo superando as expectativas. Esse sentimento positivo continua em relação aos próximos balanços previstos para semana que vem: Tim, Banco do Brasil, Gerdau, BR Foods e Petrobras.

O dólar comercial foi vendido por R$ 1,823, em queda de 0,27%. A taxa de risco-país marca 206 pontos, número 1,90% abaixo da pontuação anterior.

Entre as principais notícias do dia, o Departamento de Trabalho dos EUA informou que a demanda pelos benefícios do auxílio-desemprego voltou a aumentar: o total de pedidos iniciais aumentou para 473 mil solicitações nas duas últimas semanas, uma diferença de 31 mil na comparação com o boletim anterior. Essa estatística é um importante termômetro do mercado de trabalho americano.

Ainda nos EUA, outro órgão do governo local apontou que a inflação desse país teve variação de 1,4% em janeiro, após uma alta de 0,4% em dezembro, de acordo com a leitura do PPI (Índice de Preços ao Produtor, na sigla em inglês). No mês passado, o núcleo desse índice –que exclui os preços de alimentos e energia- mostrou avanço de 0,3%, após a estabilidade vista em dezembro.

No Brasil, o Ministério do Trabalho revelou que o país teve uma geração histórica de empregos formais para um mês de janeiro, com um saldo de 181.419 vagas. Em janeiro de 2009, o governo havia registrado uma eliminação de 101.748 postos de trabalho formais.

O Banco Central registrou a entrada de US$ 526 milhões no país nos primeiros cinco dias úteis deste mês. O número já considerada a saída de recursos no período. No acumulado do ano, o fluxo cambial é positivo em US$ 1,6 bilhão.