Veículos de Comunicação

Levantamento

Café da manhã dos três-lagoenses permanece caro, aponta Procon-TL

Pesquisa apontou que os preços dos pão francês e do leite são praticamente os mesmos que eram praticados em abril deste ano

Produtos podem ter variação de preços de até 100% de um estabelecimento para outro, aponta Procon - Divulgação
Produtos podem ter variação de preços de até 100% de um estabelecimento para outro, aponta Procon - Divulgação

O Programa Municipal de Defesa do Consumidor de Três Lagoas (Procon-TL) divulgou, nesta semana, a variação do preço do pão francês e do leite comercializados em 20 estabelecimentos comerciais, como padarias e supermercados da cidade. Segundo o órgão, os valores dos alimentos continuam elevados, se comparado com o último levantamento feito pelo órgão, que aconteceu em abril deste ano.

Segundo a atual pesquisa, realizada entre os dias 30 e 31 de agosto, o quilo do tradicional pãozinho francês está custando entre R$ 10 e R$ 19,95. Uma variação de quase 100%, do estabelecimento que comercializa no menor valor, para o mais caro. Já o leite longa vida (caixinha) 1 litro, pode ser encontrado de R$ 5,75 a R$ 10. O leite pasteurizado (saquinho), por sua vez, sofre variação de até 44,51%, comparando R$ 5,19 no estabelecimento com menor preço, e R$ 7,50, no mais caro. 

Segundo o economista e professor do curso de administração da Universidade Federal de Três Lagoas (UFMS-TL), Marçal Rogério Rizzo, os produtos agrícolas sofrem grande influência de alta no mercado mundial. No caso do trigo, por exemplo, ele é uma commodity e, por esse motivo, é comercializado em dólar. “O Brasil importa 70% do grão da Argentina. Outro grande produtor desse alimento, que destina suas exportações principalmente para Europa, é a Ucrânia. No entanto, a guerra com a Rússia, tem dificultado o escoamento da produção, transformando a Argentina em um grande player internacional na busca pelo grão. Esse aumento na procura da produção do país vizinho, fez com ela fosse valorizada e os preços decolarem”, explicou o economista, que complementou as informações dizendo que esse fator guerra também está influenciando no preço do leite. 

“Todas as vezes que ocorre a entressafra, os preços do leite e derivados se elevam. No entanto, o mundo vive um momento de instabilidade econômica, influenciada pela guerra da Rússia e Ucrânia. Nesse período de maior estiagem, os produtores utilizam ração e grãos de milho para alimentar o gado. Esses produtos têm a balança comercial precificada em dólar. Ou seja, com a falta de grãos no mercado, provocada pela guerra, elevou o preço também desse complemento alimentar do gado leiteiro”, destaca.

Segundo a Fundação Dom Cabral, a malha rodoviária brasileira é responsável por 75% do escoamento da produção no país. Com a queda no preço dos combustíveis, a expectativa do consumidor é que essa tendência chegue aos preços praticados nas gôndolas dos supermercados. “Quando um determinado produto aumenta, essa elevação chega rapidamente às gôndolas dos supermercados. No entanto, a queda dos preços é realizada de forma mais morosa. Isso ocorre porque o mercado precisa entender que essa é uma tendência e que os valores vão continuar caindo.