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Calote do consumidor volta a crescer após sete meses

Se os preços estão subindo e há o risco de saírem do controle, o órgão eleva o juro.

O consumidor brasileiro, já bastante endividado após meses de crédito fácil e incentivos ao consumo, teve dificuldades em honrar seus compromissos em maio, e o calote nas dívidas teve seu primeiro avanço após sete meses. O Indicador Serasa de Inadimplência, divulgado nesta quinta-feira, ficou em 1,9% no mês passado, na comparação com o mesmo mês de 2009.

Trata-se do primeiro avanço no indicador após as quedas vistas desde outubro do ano passado. Na comparação com abril deste ano, no entanto, a inadimplência do consumidor também cresceu, apontando alta de 4,3%.

Segundo a Serasa, o resultado reflete o crescimento acelerado do endividamento dos consumidores ao longo dos últimos trimestres.

Nesta quarta-feira (10) o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central (BC) aumentou o juro básico da economia, a taxa Selic, de 9,50% para 10,25% ao ano. Com juros mais altos, a tendência é que as pessoas passem a comprar menos e contrair menos empréstimos, o que inibe um vilão antigo da economia, a inflação.

Se os preços estão subindo e há o risco de saírem do controle, o órgão eleva o juro. Já quando a ideia é aquecer a economia, o BC baixa a Selic. A lógica é simples: se as pessoas consomem menos, a tendência é que os preços parem de subir ou subam pouco. Como consequência,  os bancos aumentam os juros de empréstimos pessoais, do cheque especial e de outros tipos de financiamento.

Quando o órgão reduz a taxa Selic, acontece justamente o contrário. Os bancos se veem estimulados a reduzir as taxas cobradas dos clientes e estimula, assim, a população a consumir mais, ou seja, a gastar mais dinheiro.