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Chineses ganham mercado com preço cada vez menor

Entre janeiro e setembro, a moeda americana passou de R$ 2,31 para R$ 1,82, uma queda de 21%

A crise provocou uma verdadeira liquidação de produtos chineses vendidos no Brasil. Diferentes mercadorias “made in China” estão mais baratas não apenas porque incorporaram a valorização do câmbio, mas porque os preços caíram também em dólar. Entre janeiro e setembro, a moeda americana passou de R$ 2,31 para R$ 1,82, uma queda de 21%. No mesmo período, o preço de muitos produtos convertidos em reais recuou muito mais, segundo estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) feito a pedido do Valor. Há casos em que, desde o começo do ano, os preços dos produtos caíram mais de 50%, como alguns tipos de bolsas de matérias têxteis (-63,3%), de calçados com sola de borracha (-51,7%) e certos brinquedos (-54,7%).

“Numa feira em Xangai na semana passada, um metro de tecido denim era negociado a US$ 1,60. Aqui, de jeito nenhum podemos vender o metro por menos de US$ 2”, diz Domingos Mosca, coordenador da área internacional da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit). A situação é mais dramática na comercialização de vestuário. A fabricação nacional custa US$ 34,70 por quilo. As importações chinesas chegam ao Brasil com preços 60,3% mais baratos.