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CMC: 61% das indústrias acreditam em recuperação

Além disso, 93% dos empresários entrevistados revelaram que sentiram os efeitos da crise

A sondagem feita pelo Radar Industrial da Fiems a pedido do CMC – Comitê de Monitoramento da Crise – indica que 61% das indústrias consultadas em Mato Grosso do Sul e que foram afetadas pela turbulência financeira mundial acreditam em recuperação no 2° semestre deste ano. Além disso, 93% dos empresários entrevistados revelaram que sentiram os efeitos da crise, o que representa um aumento de seis pontos percentuais em relação ao levantamento anterior, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (05/03) durante a segunda reunião do Comitê neste ano.

Na avaliação do coordenador do CMC, Sérgio Longen, presidente da Fiems, os dados podem ser considerados indicativos de recuperação do otimismo, pois em relação ao levantamento anterior esse crescimento se deu em maior parte pela redução da participação daqueles que acreditavam que a melhoria ocorreria somente em 2010. Ele explica ainda que o setor agrícola permanece inalterado, porém com turbulências nos segmentos de carne e de aves devido às exportações e ao preço pago ao produtor.

A sondagem também revela que 68% dos industriais ouvidos afirmaram não ter reduzido o quadro de funcionários, aumento de 10 pontos percentuais comparativamente ao levantamento anterior. No entanto, 64% deles, ou seja, a maioria, ao contrário do último levantamento (48%) não prevê novas contratações. Também se verificou neste levantamento que apenas 22% dos empresários que não prevêem novas contratações têm a intenção de dispensar funcionários, anteriormente essa parcela havia sido de 47%, uma redução de 25 pontos percentuais.

A soma desses dois fatores, o aumento do número de empresários que não reduziram seus quadros, bem como a diminuição da parcela daqueles que não prevêem contratações e que ainda recorreriam à redução do quadro funcional permite inferir que o ritmo do ajuste via demissões começa a se reduzir. Apenas 25% dos entrevistados afirmaram que os planos de investimentos para 2009 serão plenamente concretizados.

Quanto ao comportamento das vendas, 60% dos entrevistados disseram que houve queda, comparativamente a igual período do ano anterior, redução de um ponto percentual em relação ao último levantamento. A previsão para os próximos três meses, numa comparação com igual período do último ano, é de queda nas vendas para 39% dos entrevistados, redução de nove pontos percentuais comparativamente ao levantamento anterior. Somado a isso, verificou-se um aumento de quatro pontos percentuais no grupo que prevê crescimento das vendas, saindo de 10% para 14%.

Comércio

No caso do comércio, o levantamento deixa clara a mudança de percepção do setor, já que a maioria dos empresários, ou 74%, afirmou ter sentido os efeitos da crise, o que representa um aumento de 26 pontos percentuais em relação a sondagem anterior. Por conseqüência, a expectativa de recuperação também apresenta uma grande mudança em relação ao último levantamento. A parcela de entrevistados que acreditavam numa recuperação já no primeiro semestre apresentou queda de 21 pontos percentuais, saindo de 27% para apenas 6%.

Somado ao crescimento de 31 pontos percentuais do grupo que acredita que a recuperação ocorrerá somente em 2010, que agora corresponde a 38% do total dos entrevistados. Por fim, aqueles que acham que a situação melhorará no segundo semestre equivale a 56% do total, contra 64% do levantamento anterior. A maioria, ou 68%, afirmou que o quadro de funcionários permaneceu inalterado em relação ao final de 2008, crescimento de cinco pontos percentuais em relação ao último levantamento. Constatou-se ainda, uma redução de sete pontos percentuais do grupo que havia dito que o quadro funcional havia aumentado, correspondendo agora a 17% do total.

No que diz respeito à previsão de novas contratações também houve uma grande mudança. Neste levantamento, 72% dos respondentes, ou seja, a maioria, ao contrário do último (46%) não prevê novas contratações. Adicionalmente, o período previsto para a realização das novas contratações também sofreu mudanças. Agora, apenas 28% pretendem contratar e a previsão é de que 62% das contratações ocorrerá somente no segundo semestre. Antes, 56% do total pretendiam contratar e a previsão era que 80% das contratações ocorressem no primeiro semestre de 2009.

Quanto à inadimplência dos clientes, para 37% dos respondentes houve aumento, essa parcela era de 22% no levantamento anterior. Por outro lado, aqueles que disseram ter havido redução aumentou de 4% para 11%. Finalmente, aqueles que julgam não ter ocorrido alteração no índice fechou em 52% contra 74%. Para 52% dos respondentes houve queda no volume de vendas quando comparado com igual período do ano anterior. Essa parcela era de apenas 24% no último levantamento.

A previsão de crescimento para as vendas também sofreu grande deterioração. No presente levantamento, apenas 13% esperam que as vendas cresçam nos próximos três meses, esse estrato alcançava 47% do total dos respondentes no levantamento anterior. Apenas 20% dos entrevistados afirmaram que os planos de investimentos para 2009 serão plenamente concretizados.