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CNI: indústria já se recupera, mas ainda não superou os efeitos da crise internacional

A afirmação é do economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco

A indústria está recuperando os patamares de crescimento alcançados nos últimos anos, mas ainda não superou a crise financeira iniciada há um ano, afirmou hoje (9) o economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, durante divulgação dos Indicadores Indústriais.

"A indústria vai se recuperar dessa crise entre o fim de 2009 e o início de 2010. Alguns setores devem estar em patamares menores do que antes da crise”, disse. "O fundo do poço passou, mas não superamos.”

Segundo dados da CNI, o indicador que está na pior situação é o de horas trabalhadas que precisa crescer este ano 8,1% para chegar ao nível médio de 2008. Na comparação entre julho e junho deste ano, houve um aumento de 2,8%. Quando essa comparação é feita com julho do ano passado há uma queda de 9,5%.

“É a variável que mais mostra a perda da atividade industrial e tem reflexo de alguns setores importantes ligados a exportação, setor no qual a demanda retraiu. Como essa demanda externa ainda não foi retomada, dificilmente vamos recuperar esses índices”, explicou Castelo Branco.

Outra variável que também está puxando para baixo é o emprego. Contudo, esse indicador já mostra sinais de recuperação. Em julho, cresceu 0,2% na comparação com o mês anterior. Em relação a julho do ano passado, a queda é de 5%. Segundo Castelo Branco, nesse segundo semestre a indústria voltará a contratar.

“O mercado de trabalho na indústria deixou de encolher. Os dados nesse segundo semestre deverão ser positivos mostrando uma expansão moderada mas não devemos ter perda de postos de trabalho”, afirmou. Apesar do baixo crescimento do emprego, a massa salarial teve, no período, um aumento maior do que o registrado no nível de emprego, 3,7% na comparação com junho.

O faturamento da indústria já dá sinais positivas e cresceu 0,4% em julho na comparação com o resultado do mês anterior. Apesar disso, ainda há setores em dificuldades, como o de material eletrônico, comunicação e papel e celulose.


O levantamento da CNI também mostra que a utilização da capacidade instalada teve aumento. Esse indicador ficou em 79,9%, uma expansão de 0,5% em relação ao verificado em junho. Entre os setores que tiveram o maior crescimento no mês de julho estão o de álcool e o de equipamentos de transporte, com exceção dos veículos automotores.