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Comércio de Três Lagoas tem 4,8 mil clientes com o 'nome sujo' no SCPC

Em um ano, o valor da inadimplência é superior a R$ 7 milhões

O Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) registrou um total de 5.689 ocorrências de inadimplência no comércio de Três Lagoas no período de 1º de janeiro do ano passado a 31 de janeiro de 2015. Das quase seis mil ocorrências acumuladas em um ano, o total de clientes que tiveram o nome negativado chega a 4.862. O total de débitos incluídos equivale a R$ 7.654.435,06.

De acordo com a assistente administrativa da Associação Comercial e Industrial do município, Cleide Medeiros, a quantidade de débitos incluídos é maior que o de clientes, porque um consumidor pode ter mais de uma dívida em aberta no comércio.

Conforme o levantamento, a pesquisa aponta que 4.172 são os homens inadimplentes, ou seja, 86% dos 4.862 clientes com nome no SPC. Enquanto que as mulheres representam 14%, o que corresponde a 690 clientes.

Outro dado, é que consumidores solteiros lideram o ranking de inadimplência no quesito estado civil. São 98% solteiros contra apenas 2% casados (incluindo homens e mulheres). Dos 4.862 consumidores inadimplentes no período de um ano, 4.775 refere-se aos consumidores solteiros, contra 87 casados.

Os clientes com idade até 50 anos representam a maioria dos inadimplentes em Três Lagoas na categoria faixa etária. São 1.984 registros, divididos em 1.884 homens e 100 mulheres. Essa classe acumula um débito de R$ 2.326.789,37. Clientes com até 30 anos aparece em segundo lugar, com 358 registros (262 homens e 96 mulheres negativados), atingindo um total de débito de R$ 245.833,58. Os jovens são os menos inadimplentes, conforme a pesquisa. Clientes de até 19 anos possuem 64 registros que juntos totalizam um débito de R$ 21.488,90, ou seja, 1.920 registros a menos que os clientes com idade até 50 anos.

ECONOMIA

Para evitar dívidas e ter nome negativado, o professor de economia Marçal Rizzo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) de Três Lagoas, salienta que a regra é simples, mas muitas vezes o consumidor não controla o salário e se torna um inadimplente. “O gasto mensal tem que ser inferior ao salário, já considerando as despesas fixas”, explica.

Conforme o professor, o ideal é poupar de 20 a 30% do que sobra do salário, após o pagamento das contas mensais. “Geralmente, as pessoas deixam de poupar e desconsideram as dívidas fixas, quando assumem outra dívida”, conta.

O cartão de crédito, se não usado de maneira consciente, também pode gerar dívidas ao consumidor. “O cartão facilita a vida de qualquer pessoa hoje, mas é importante estabelecer um limite bem abaixo da renda”, esclarece.

Outra dica é nunca pagar o valor mínimo da fatura do cartão ou parcelar o valor da fatura. “A diferença entre o valor pago e o total da fatura gera juros elevados, o que se torna em curto prazo uma ‘bola de neve’ para o cliente”, complementa.

Para exemplificar: uma fatura de cartão de crédito no valor de R$ 722,59, o cliente pode optar em parcelar a conta, e pagar R$ 118,37 até o prazo de vencimento e outras 12 parcelas de R$ 73,26. O que parece atenuar a dívida, na realidade gera um aumento de R$ 274,90.