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Construção civil deve gerar 180 mil empregos no ano

?A meta é que os investimentos cresçam de R$ 476 bilhões para R$ 625 bilhões"

O setor da construção civil responde por aproximadamente 9,2% de toda riqueza produzida pelo Brasil, segundo projeções da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), ocupando mais de 10 milhões de pessoas. Para 2010, os números do setor são otimistas e apontam para os patamares pré-crise. Espera-se que 180 mil vagas com carteira assinada sejam criadas neste ano. No entanto, para alguns cargos, as perspectivas não são tão positivas.

Levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontou que ocupações como mestre de obras e operador de betoneira estão com eliminação de postos de trabalho entre janeiro de 2009 e fevereiro deste ano.

Ao todo, 2.312 vagas para mestre de obras foram fechadas no período, enquanto os operadores de betoneira perderam 1.190 postos. Operador de martelete (-860) e guincheiro (-423) também tiveram corte de empregos.

Outras funções com saldo negativo de vagas são: Eletroténico na fabricação, montagem e instalação de máquinas e equipamentos (-363), Operador de estação de captação, tratamento e distribuição de água (-299), Montador de equipamentos elétricos (-285), Operador de bomba de concreto (-253), Operador de máquina perfuradora (-252) e Operador de guindaste móvel (-242).

“A ocupação que registra o maior saldo entre as contratações e demissões no período é a de servente de obras, com 153.204 novos postos de trabalho formais, seguida de pedreiro, com 20.230”, apontou o Dieese. “Entre as ocupações com melhores saldos é interessante observar que há funções relativas ao trabalho interno das empresas, como auxiliar de escritório e assistente administrativo”, completou.

Segundo o levantamento, as perspectivas de investimentos no setor – com bons horizontes pelo menos até os Jogos Olímpicos de 2016 – devem fazer com que o emprego na construção civil siga em trajetória de expansão.

Investimentos

Na avaliação do Dieese, os setores que receberão os maiores investimentos ao longo deste ano serão o imobiliário residencial e o energético. Dados do Sinduscon-SP apontam que a taxa de investimento deve chegar a 20% do PIB em 2010.

“A meta é que os investimentos cresçam de R$ 476 bilhões para R$ 625 bilhões. No setor imobiliário, os investimentos deverão passar de R$ 170 bilhões (2009) para 202 bilhões, em função da retomada dos lançamentos do final de 2009, juros mais baixos, ampliação do crédito e aceleração do Programa Minha Casa, Minha Vida”, pontutou o Dieese

Informalidade

Embora os números do emprego na construção civil sejam positivos, o desempenho ainda não acompanha na mesma proporção a melhoria das condições de trabalho e no rendimento dos trabalhadores do setor.

“Mesmo com um forte movimento de formalização, o setor da construção ainda
apresenta altos índices de informalidade e de rotatividade”, disse o Dieese.

“As condições de saúde e segurança também não têm apresentando grandes avanços, e ainda há uma alta ocorrência de acidentes de trabalho no setor e os trabalhadores são submetidos, muitas vezes, a condições muito precárias”, concluiu.