A partir desta semana, a conta de energia elétrica ficará 24,20% mais cara para os consumidores de Três Lagoas e parte da região do Bolsão. O reajuste faz parte da revisão tarifária extraordinária para 58 concessionárias de energia de todo o Brasil, que foi aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na última sexta-feira. Em todo o país, o reajuste médio será de 23,4%.
Já o consumidor três-lagoense, abastecido pela concessionária Elektro, pagará um pouco mais caro. Em Mato Grosso do Sul, somente Três Lagoas e as cidades de Brasilândia e Santa Rita do Pardo são atendidas pela empresa paulista de energia elétrica. O restante tem o fornecimento de energia garantido pela Enersul/Energisa, no qual o aumento foi ainda maior, de 27,9%.
Esse, no entanto, será o segundo reajuste na conta de luz dos três-lagoenses em pouco mais de seis meses. Em agosto do ano passado, a Aneel já havia aprovado um reajuste de 35,97% para imóveis residenciais e de 40,79% para a indústria. Somados, os reajustes na energia elétrica do ano passado e de agora correspondem a um aumento de 60,17%.
Na época, o aumento, classificado como “tarifaço”, fora bastante criticado. Uma das indagações trava-se do motivo do aumento: a falta de água na região Sudeste do país, que impactou o fornecimento de energia elétrica – no Brasil, a maior parte da energia é produzida pelas hidrelétricas, afetadas com a estiagem. O reajuste foi denunciado por deputados estaduais de Mato Grosso do Sul. Em agosto do ano passado, o deputado estadual Eduardo Rocha (PMDB) chegou a propor denúncia ao Ministério Público Federal (MPF). O questionamento era referente ao fato de o consumidor sul-mato-grossense pagar pela falta d’água registrada em São Paulo. No entanto, as investigações foram arquivadas por falta de provas de irregularidades.
Em nota, a Aneel informou que o reajuste na tarifa de energia deve-se a dois fatores: a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e custos com a compra de energia. “Com relação à CDE, houve elevação substancial da cota (de R$ 1,7 bilhão em 2014 para R$ 22,06 bilhões em 2015), o que motivou a necessidade de reconhecer a cobertura tarifária compatível com as cotas homologadas”, explicou.
Já no que se refere à compra de energia, o efeito mais representativo foi a variação dos custos de Itaipu. A energia dessa usina abastece cerca de 20% das compras as concessionárias que atuam nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No entanto, por conta do “cenário hidrológico adverso de 2014”, as tarifas de Itaipu para 2015 foram reajustadas em 46%, em dólar.
BANDEIRA
Esses, porém, não serão os únicos reajustes na conta de energia elétrica para este mês de março. O consumidor três-lagoense também terá de arcar com o reajuste na bandeira tarifária, aprovado na última sexta-feira. A partir deste mês, o valor vigente da bandeira vermelha terá um aumento de 83%.
Com isso, o acréscimo mensal passará de R$ 3 para R$ 5,50 a cada 100 quilowatt/hora consumidos. A bandeira deve-se ao consumo da energia elétrica produzida pelas Termelétricas, cujo processo é mais caro. Para a bandeira amarela, quando as termelétricas trabalham fora do padrão, mas não extremamente elevados, o preço passará de R$ 1,50 para R$ 2,50, reajuste de 66,7% para cada 100 quilowatt /hora. A bandeira verde continua com o mesmo preço.
No entanto, assim como em janeiro e fevereiro deste ano, março terá bandeira tarifária vermelha.
