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Crédito vai desacelerar com aumento de compulsórios, diz Serasa

O indicador de crédito às empresas, por sua vez, caiu 0,5%, a terceira queda mensal consecutiva, atingindo o valor de 98,3

A concessão de crédito no país deve desacelerar após a decisão do Banco Central de elevar os depósitos compulsórios dos bancos. A avaliação é da Serasa Experian, que mostra que o indicador de perspectiva do crédito ao consumidor recuou 0.9% em janeiro, atingindo o valor de 102,5.

A queda foi a quarta mensal consecutiva e sinaliza, segundo a Serasa, que o ritmo de concessões de crédito às pessoas físicas entrará em rota de desaceleração durante o primeiro semestre de 2010, especialmente ao longo do segundo trimestre.

O indicador de crédito às empresas, por sua vez, caiu 0,5%, a terceira queda mensal consecutiva, atingindo o valor de 98,3.

O BC anunciou na semana passada um aumento na alíquota do chamado compulsório para 15%. A alíquota vale para depósitos a prazo. Além disso, o banco limitou a 45% o valor que os bancos poderão abater do compulsório relativo à aquisição de ativos de bancos menores. Até agora, eles poderiam abater o valor total. Com a medida, serão retirados da economia R$ 34 bilhões a partir de 9 de abril e outros R$ 37 bilhões a partir de 22 de março.

Na pesquisa, a Serasa aponta ainda a retirada dos estímulos fiscais do governo e a elevação das taxas de juros nos mercados de futuros como outros fatores que podem reduzir a oferta de crédito.

"Os indicadores apontam que o ritmo de expansão do crédito deverá mostrar sinais de arrefecimento já durante o próximo trimestre. Isto deverá ser mais acentuado para o volume de concessões de crédito aos consumidores do que para as empresas", afirma.

A Serasa ressalta, porém que o indicador de crédito para os consumidores se mantém acima de 100, o que significa que a desaceleração na concessão ocorrerá de forma gradual, "longe de significar algo semelhante à restrição verificada entre o final de 2008 e boa parte de 2009".