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Crise afeta indústria de forma díspar

Mas outros segmentos ainda constatam deterioração no ritmo dos negócios

Foram muito diversificados os efeitos da crise financeira sobre a atividade industrial em fevereiro. Setores como calçados e têxteis, cujas vendas estão diretamente relacionadas à renda da população, notaram uma recuperação das encomendas e seus dirigentes consideram que a pior fase da crise passou. Fabricantes de máquinas e equipamentos, que dependem de crédito para vender, também registraram melhora nos pedidos.

Mas outros segmentos ainda constatam deterioração no ritmo dos negócios. O resultado de uma pesquisa sobre o primeiro bimestre com os filiados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica deixou o presidente da Abinee, Humberto Barbato, mais pessimista em relação a 2009 do que estava no fim do ano passado. Siderúrgicas também aprofundam os cortes na produção. Mesmo os setores que relatam uma recuperação indicam queda na produção comparado ao mesmo período de 2008.

Outro indicador relevante do nível de atividade, as vendas de papelão ondulado caíram 10% em relação a fevereiro do ano passado, queda inferior aos 12% de janeiro, segundo a Indústria São Roberto. A demanda por papelão caiu menos nas empresas de alimentos e produtos de limpeza e mais no caso de fabricantes de televisores e eletrodomésticos.

Analistas esperam que o IBGE divulgue hoje dados sobre forte expansão da indústria em janeiro sobre dezembro, de 9,2%, segundo a consultoria LCA. Em comparação a janeiro de 2008 espera-se recuo de 10,2%.