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Crise mundial reduz renda de catadores de materiais recicláveis

Para o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, faltam políticas públicas para esses trabalhadores

Os catadores de materiais recicláveis estão sofrendo duplamente com a crise financeira mundial: além da diminuição do crédito e da renda, que causou a queda no consumo e, conseqüentemente, na produção de lixo, o preço pago por alguns materiais recicláveis caiu mais da metade.

“Minha esposa trabalhava comigo e saiu para trabalhar em casa de família, porque com o que estamos ganhando não está dando. A garrafa PET que vendíamos por R$ 1,20, o quilo, agora não conseguimos vender nem por 50 centavos". Silva conta que agora trabalha das 8h às 21h para tentar compensar as perdas.

A Comlurb dá suporte a algumas cooperativas, como cessão do espaço de coleta, uniforme, luvas e máscaras. Além disso, a companhia realiza coletas seletivas em alguns bairros, cujo material é enviado para um depósito em Jacarepaguá, zona oeste da cidade. Os catadores que estiverem legalizados e cadastrados têm direito ao material, mas ficam responsáveis pelo transporte.

Desde 2006, todo o órgão federal é obrigado a doar o material reciclável a cooperativas cadastradas. Desde 2007, o Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem um programa de crédito a fundo perdido, para infra-estrutura física, aquisição de máquinas e equipamentos, assistência técnica e capacitação gerencial de cooperativas de catadores. Ao todo, segundo o BNDES, o incentivo é de R$ 38,5 milhões e deve beneficiar 3,2 mil catadores de oito estados brasileiros.

Entretanto, para o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, faltam políticas públicas para esses trabalhadores por parte das três esferas do governo. Segundo ele, é fundamental também que haja recursos para investir em capital de giro para as cooperativas.