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Três Lagoas

Dívidas e demissões na UFN 3 afetam comércio de Três Lagoas

Comércio local sente o reflexo da inadimplência do Consórcio UFN3

A dívida de mais de R$ 11 milhões do Consórcio UFN 3 com fornecedores locais, bem como o não pagamento das obrigações trabalhistas decorrentes das demissões de trabalhadores da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados da Petrobras, está causando  reflexos negativos no comércio de Três Lagoas. Segundo o presidente da Associação Comercial e Industrial de Três Lagoas, Atílio D’ Agosto,esse fato causa um efeito cascata, pois, se o Consórcio deixa de pagar os fornecedores, esses, consequentemente, deixam de honrar compromissos com seus empregados, que acabam por perdendo o poder de consumo.

Muitos empresários, inclusive, já demitiram vários funcionários porque não receberem pelos serviços prestados ao Consórcio.Outros, que investiram e contraíram empréstimos bancários para integrar a Rede de Fornecedores da Petrobras, estão da mesma situação. Os empresários acreditavam que, com a construção da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Petrobras, Três Lagoas vivenciaria um novo momento, como ocorreu no período de construção das indústrias de papel e celulose, instaladas no município. Eles viram mais uma oportunidade para ganhar mais dinheiro e expandir os negócios. Entretanto, foram surpreendidos com atrasos de pagamentos por parte do Consórcio e, por último, com o não recebimento pelos serviços prestados.

Ainda segundo o presidente da Associação Comercial, esses empresários não estão conseguindo pagar o décimo terceiro salários para seus funcionários devido o não recebimento dessa dívida. “Se o empresário não recebe, ele não consegue pagar seus funcionários, entre outros, os quais também deixam de pagar suas contas e assim vai, é um efeito cascata”, reforçou.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Três Lagoas, Sueide Silva Torres, ressaltou que, realmente a situação envolvendo a fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Petrobras tem refletido negativamente no comércio. “É uma irresponsabilidade do Consórcio e da Petrobras, jamais poderiam chegar nesta situação. Tem empresário que vai quebrar”, destacou.

Além do não pagamento aos fornecedores, outra situação que contribui para prejudicar o comércio neste momento é a demissão em massa dos trabalhadores, que também não receberam os direitos trabalhistas referentes à rescisão  do contrato de trabalho. Segundo Sueide, eles gastavam no comércio local e contribuíam para o aquecimento da economia. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista acredita que as vendas neste final de ano deve ser afetada em razão dessa situação.

Para o presidente da Associação Comercial, o rompimento de contrato da Petrobras com o Consórcio pode agravar ainda mais a situação dos empresários locais, pois acredita que será mais difícil para eles receberam. Entretanto, adiantou que, juntamente com a prefeita Márcia Moura está tentando encontrar uma maneira para que essa dívida seja paga.

LAVA JATO

A Petrobras está estudando uma forma de pagar diretamente as obrigações trabalhistas devida pelo Consórcio com os seus contratados, e posteriormente, descontar esses pagamentos, no acerto final da rescisão do contrato entre a Petrobras e o Consórcio. A medida foi anunciada ela Casa Civil da Presidência da República, uma vez que em várias outras frentes de trabalho está ocorrendo o rompimento de contratos em consequência de denúncias apuradas na Operação Lava Jato, que eclodiu com a denuncia de superfaturamento de obras da Petrobras e de pagamento de propinas para diretores da empresa e para inúmeras pessoas investidas em cargos na vida pública do país.