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Dólar fecha em queda após quatro altas consecutivas

Operadores no Brasil comentaram que havia pouco fôlego para uma nova alta do dólar após quatro sessões seguidas de valorização.

O dólar encerrou a sequência de quatro altas consecutivas nesta terça-feira, aproveitando a melhora do mercado internacional e a alta das ações no Brasil para manter-se abaixo de R$ 1,80. A moeda americana terminou o dia a R$ 1,774, em queda de 0,67%. No mês, o dólar agora acumula perda de 1,7%. No ano, a alta da moeda é de 1,8%.

Enquanto o mercado local fechava, as bolsas no Brasil e nos Estados Unidos subiam, após uma abertura negativa em Wall Street. As commodities também tinham uma tarde mais favorável, mantendo-se perto da estabilidade. Entre as moedas, o dólar perdia ante a maioria das divisas com perfil semelhante ao real, como o peso mexicano.

O respiro no exterior ajudou o dólar a manter-se abaixo de R$ 1,80, nível atingido na abertura dos negócios pela primeira vez em quase um mês. Ainda assim, operadores no Brasil comentaram que havia pouco fôlego para uma nova alta do dólar após quatro sessões seguidas de valorização.

"Quando chega nesse nível de R$ 1,80, já começa a aparecer vendedor", disse Francisco Carvalho, gerente de câmbio da BGC Liquidez. Moacir Marcos Júnior, operador de câmbio e especialista em hedge da corretora Interbolsa, teve avaliação semelhante. "Nesse R$ 1,80, a gente vendeu muito."

Ambos veem a taxa de câmbio, por enquanto, limitada entre o intervalo de R$ 1,75 e R$ 1,80. "O mercado está um pouco travado nesse range", disse Carvalho. "Chegou no R$ 1,80 e já faltou comprador. Tinha que piorar mais lá fora para ter comprador nesse nível", afirmou o gerente.

Para analistas do banco Brown Brothers Harriman, em Nova York, a explicação para o pequeno intervalo de cotações do real tem relação com o alto rendimento pago por aplicações brasileiras, que mantém uma tendência de queda, e o "obstáculo" que o piso de R$ 1,75 tem oferecido em contrapartida.

Nos mercados de dólar futuro e de cupom cambial, os estrangeiros exibiam pouco mais de 6 bilhões de dólares em posições vendidas na moeda americana, segundo a BM&FBovespa, mesmo patamar de julho de 2008.

O volume se recuperou um pouco nesta quarta-feira, com cerca de US$ 3,2 bilhões em operações registradas na clearing (câmara de compensação) da BM&FBovespa até pouco antes do fechamento, ante US$ 1,1 bilhão na segunda-feira.