Veículos de Comunicação

4

Dólar fecha quinta-feira em alta de 1,14%

No encerramento, a moeda americana avançou 1,14%, cotada a R$ 1,952 na venda.

O dólar inverteu o movimento da véspera e fechou em alta ante o real nesta quinta-feira, acompanhando um cenário externo mais arisco após a divulgação de números do setor trabalhista dos Estados Unidos. No encerramento, a moeda americana avançou 1,14%, cotada a R$ 1,952 na venda.

"Na realidade hoje o mercado (de câmbio) seguiu o movimento lá de fora. Os números de desemprego nos Estados Unidos vieram piores que o esperado e isso mexeu com o dólar aqui", avaliou Francisco Carvalho, gerente de câmbio da Corretora Liquidez.

O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira o corte de 467 mil postos de trabalho em junho, superior aos 363 mil esperados por economistas de Wall Street consultados pela Reuters. A leitura interrompeu uma tendência de quatro meses de desaceleração das demissões. Com isso, a taxa de desemprego subiu para 9,5%.

Os números ruins do setor trabalhista não se limitaram aos Estados Unidos. Na zona do euro, dados revelaram que a taxa de desemprego também avançou para 9,5% em maio, atingindo o maior patamar em 10 anos. Os dados pessimistas sobre emprego pesavam diretamente sobre o ânimo dos investidores. Como reflexo, os mercados acionários americanos amargavam perdas de cerca de 2% no final da tarde.

No Brasil, o principal indicador da bolsa de valores de São Paulo era contaminado pelo mau humor em Wall Street e caía 1% no mesmo horário. A alta do dólar no mercado doméstico também foi ajudada pelo fortalecimento da divisa americana em nível global. Frente a uma cesta com as principais moedas mundiais, o dólar ganhava cerca de 0,7% no fim da tarde.

Os efeitos do dólar mais forte reverberaram também sobre os preços do petróleo, que despencaram 3,7% no fechamento. Além desses fatores, para Marcos Trabbold, operador de câmbio da B&T Corretora de Câmbio, o adiantamento do feriado de 4 de julho nos Estados Unidos para sexta-feira pode ter estimulado investidores a fazer hedge (proteção) no mercado de câmbio futuro, por meio da compra de dólares.

Na BMF Bovespa, o contrato futuro para agosto, o mais líquido, exibia alta de 0,98% no momento em que os negócios no mercado de câmbio doméstico se encerraram. Ainda segundo os dados mais recentes da BMF Bovespa, o volume de dólar negociado no segmento à vista era de US$ 1,3 bilhão.