O mercado doméstico de câmbio realizou hoje um ajuste técnico com alta das cotações, acompanhando a maior demanda pela moeda norte-americana no exterior em meio a vendas de ações e de contratos de matérias-primas, cujos preços recuaram. Segundo um operador de uma corretora, a sequência de quatro quedas do dólar na última semana, quando recuou 5,36% ante o real nesse período, a R$ 2,206 na sexta-feira, também serviu de atrativo para esse ajuste de posições.
O dólar comercial subiu hoje 0,54% e encerrou cotado a R$ 2,218. Na BM&F, o dólar negociado à vista também terminou o dia a R$ 2,218, em queda de 0,59%. O giro financeiro total manteve-se estável, em cerca de US$ 2,280 bilhões.
Apesar dos comentários sobre fluxo cambial favorável e expressivo, os profissionais de tesouraria e de mesas de câmbio consultados não confirmaram esses ingressos. Um operador observou a movimentação de investidores estrangeiros reforçando compra de moeda no mercado futuro. "Tudo indica que parte dos estrangeiros que venderam ações na bolsa comprou dólares, amparando o ajuste de alta das cotações da divisa", afirmou.
A realização de lucros nas bolsas já vinha sendo considerada pelo mercado após a escalada dos índices acionários na semana passada. A Bolsa brasileira subiu nos últimos quatro pregões e acumulou ganhos de 5,92% na semana passada. O rali de recuperação das bolsas refletiu a sensação de que o pior momento da crise já poderia ter ficado para trás. Hoje, os investidores reduziram parte de suas posições em ações.
