A cotação do dólar comercial subiu 2,37% nesta segunda-feira e fechou em R$ 2,245 na venda. Foi a maior alta diária desde 2 de março, quando a valorização foi de 3%. Com isso, a moeda americana reduziu a queda acumulada no mês (agora em 3,19%) e no ano (3,77%).
O mercado de câmbio refletiu o pessimismo de investidores com o balanço do Bank of America. O banco anunciou que teve um lucro de US$ 4,25 bilhões no primeiro trimestre deste ano, mais que o triplo do registrado no mesmo período do ano passado.
No entanto, analistas alertaram para o fato de que a qualidade da dívida do banco americano se deteriorou nos três primeiros meses do ano, com exposição a empréstimos problemáticos. Ainda, especialistas chamaram atenção para o fato de que o alto lucro verificado no primeiro trimestre é em grande parte explicado por fatores muito pontuais.
"Por causa do feriado (de Tiradentes amanhã), todo mundo está trabalhando com mais cautela, evitando fechar operações na véspera (do feriado)", avaliou o gerente de câmbio de um banco nacional que preferiu não se identificar.
O gerente ressaltou que, em véspera de feriado, os investidores costumam comprar dólares para não ficar à mercê de mudanças bruscas nos mercados internacionais.
A notícia gerou preocupações no setor bancário também em outros países, com as ações do BNP Paribas, Barclays e Deutsche Bank recuando entre 6% e 9%. A Bolsa de Frankfurt acabou fechando em baixa de 4,07%; a de Paris caiu 3,96%.
O volume de negócios no mercado de câmbio brasileiro ficou abaixo da média devido à cautela dos investidores antes do feriado de Tiradentes. Segundo os dados mais recentes da BM&F, o volume de dólar negociado no segmento à vista girava em torno de 1,3 bilhão de dólares –bem abaixo da média diária do mês de abril, ao redor de 3 bilhões de dólares.
