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Economia brasileira encolhe 0,2% em 2009 e tem 1º resultado negativo desde 1992

Mercado já esperava por desempenho negativo em razão da crise financeira mundial

.A economia brasileira encolheu 0,2% em 2009 na comparação com 2008, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (11). Esse é o primeiro resultado negativo desde 1992, quando a queda foi de 0,5%.

Em valores absolutos, a economia do país movimentou R$ 3,143 trilhões no ano passado.O volume do PIB per capita (por habitante), por sua vez, recuou 1,2% e ficou em R$ 16,4 mil.
 
Considerando apenas o quarto trimestre do ano passado, o PIB (Produto Interno Bruto) teve crescimento de 4,3%, em relação a igual período de 2008, após três trimestres seguidos de retração. Já na comparação com o terceiro trimestre de 2009, houve crescimento de 2%.
 
Economistas ouvidos pelo R7 já esperavam por um resultado negativo no ano por conta da crise financeira mundial. Em 2008, o PIB brasileiro apresentou crescimento de 5,1% (dado ainda pode ser revisado) e, para 2010, os economistas apostam em alta de 5,5%.

Apesar do resultado negativo, analistas afirmam que o brasileiro pode ficar tranquilo. Caso esse desaquecimento da economia seja comprovado, os impactos não serão perceptíveis neste ano. Segundo eles, os investimentos vão garantir o aumento dos postos de trabalho e a manutenção dos salários no decorrer de 2010.

O PIB é um dos principais indicadores da economia de um país e representa a soma das riquezas geradas pelo conjunto dos diversos setores da cadeia produtiva. Ele é calculado trimestralmente pelo IBGE e quando aponta geração de riqueza inferior à observada no levantamento anterior, indica retração econômica. A recessão técnica é observada quando o movimento de queda ocorre por dois meses consecutivos.

Setores
 
O setor que apresentou a maior retração no ano passado foi a indústria, com queda de 5,5% no PIB. A agropecuária brasileira encolheu 5,2%. O ramo de serviços, entretanto, apontou expansão de 2,6%.
 
Na análise da demanda, a despesa de consumo das famílias cresceu 4,1% em 2009, sexto ano consecutivo de aumento. Houve aumento também na despesa do consumo da administração pública, de 3,7%. Por outro lado, a formação bruta de capital fixo (total de investimentos) caiu 9,9%.
 
A taxa de investimento no ano passado foi equivalente a 16,7% do PIB, menor participação desde 2006 – quando ficou em 16,4% -, enquanto a taxa de poupança alcançou 14,6% do produto, a menor desde 2001 (13,5%).