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Batalha Judicial

‘Eles sempre compraram os poderes’, afirma Mário Celso Lopes

Empresário Mário Celso Lopes dispara contra ex-sócios da Eldorado Brasil

O empresário Mário Celso Lopes, um dos fundadores da fábrica de celulose Eldorado Brasil, disse nesta semana ao jornal “RCN Notícias”, da TVC HD – Canal 13.1 e rádio Cultura FM 106,5 MHz, que a holding J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, iniciou uma campanha publicitária para desmerecer decisões judiciais que retiram deles 8,28% das ações da companhia.

“Eles compram espaços na imprensa, juntam fragmentos de documentos e rebatem as decisões judiciais. Isso demonstra os moldes operantes deles, como sempre foi. Eles sempre compraram tudo, sempre compraram vários poderes. Eles sempre agiram passando por cima de tudo, e agora querem passar por cima da Justiça. Já entraram com agravos de instrumentos e perderam. Eles estão atropelando a Justiça, mas só que a Justiça eles não podem comprar”, declarou o empresário, com destaque de que confia na Justiça. “Às vezes as decisões são demoradas, levam tempo, mas a Justiça não é cega”, frisou.

Mário Celso disse também que os irmãos Batistas resolveram vender empreendimentos, como a Eldorado Brasil, para pagar as despesas diante de suas prisões. Mas, depois que saíram da cadeia, criaram uma série de obstáculos para não permitir a entrada do grupo da indonésia na companhia, mesmo com contrato assinado”, afirmou.

MCL destacou que o grupo da Indonésia é um dos maiores produtores de celulose  do mundo e que comprou a Eldorado com a finalidade de ampliar a fábrica de Três Lagoas. “A disputa judicial interrompeu esse investimento gigantesco. O grupo indonésio cumpriu a parte dele, mas a J&F não entrega os 50%”, comentou.

Destacou que, mesmo  quando tinha os 25%, a J&F tomou decisões sem consultá-lo. “Todo processo de incorporação que começou em fevereiro de 2012 e encerrou em setembro do mesmo ano, eles conduziram unilateralmente, sempre à revelia.  E foi nesse período que ele [Joesley] engendrou toda falcatrua, toda corrupção para chegar à incorporação com aquela equivalência patrimonial”.

 O empresário adiantou que é favorável a ampliação da fábrica e que a venda de sua fatia no negócio  “é uma questão de mercado. “ Eu tenho que vender, porque uma participação de 8% numa companhia gigantesca não faz sentido”. Afirmou que, se for mantido o mérito da sentença, venderá suas ações à Paper. “Isso está claro. É só uma questão de prazo. Eles vão ter que entregar, porque venderam”, destacou.

NOVA DECISÃO
Paralelamente à ação que tramita em Mato Grosso do Sul, e que garante os 8,28% a Mário Celso, nesta quinta-feira (19), a 2ª Vara Empresarial da Comarca de São Paulo deferiu um pedido de tutela de urgência da J&F, impedindo que o empresário exerça qualquer direito de sócio na Eldorado.

A decisão se baseia no fato de Mario Celso Lopes e o MCL Fundo de Investimentos terem vendido, em 2012, a MJ Participações para a J&F. A MJ era a empresa por meio da qual Lopes detinha 25% da Eldorado. Dessa forma, a Justiça paulista entendeu que o fundo MCL não pode “exercer quaisquer direitos de sócio perante a Eldorado”.