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Empresários e governo querem fazer do mercado muçulmano parceiro preferencial do Mercosul

?Estou preparada para trabalhar muito e o dia inteiro. Já sei que vou ter de gastar muita lábia e não ter pressa para fechar nada?

Determinados a transformar os países muçulmanos da África em parceiros preferenciais do Brasil e do Mercosul, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, e o grupo de 86 empresários em visita ao Egito concluem hoje (15) a segunda etapa de negociações, desta vez no Cairo. O objetivo é fazer uma intensa rodada de negócios, transformando um dos principais hotéis da capital egípcia em um bazar à moda árabe.

“Estou preparada para trabalhar muito e o dia inteiro. Já sei que vou ter de gastar muita lábia e não ter pressa para fechar nada”, afirmou a empresária Rosane Donati, representante de uma associação que reúne 12 empresas paulistas de manufaturados.

“Acredito que tem espaço para crescer muito para este lado do mundo principalmente no setor em que eu trabalho, por isso não tem nada que me canse”, disse a empresária Bianca Linck, que trabalha com algodão hospitalar e panos de chão.

De modo semelhante pretende agir o empresário Mário Quinto di Cameli, que atua no setor de equipamentos para o setor de manufaturados. “Sou paciente e firme. Este é o modo de negociar. Gosto do que faço, portanto estou preparado para a maratona”.

O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) se disse tão entusiasmado com o interesse dos egípcios que acredita que há uma forte tendência de ampliação de negócios.

Com aproximadamente 83  milhões de habitantes, o Egito é considerado um mercado atrativo e interessante para os empresários brasileiros e com margem para ser ampliado. Os principais produtos de interesse dos egípcios em relação ao Brasil são o minério de ferro, a carne bovina, o açúcar de cana e os aviões.

Somente em 2009, as exportações brasileiras ao Egito somaram US$ 1,305 bilhão. A participação egípcia nas exportações totais do Brasil subiu de 0,7% para 0,9%. Nas importações, houve queda de 58,4% nas aquisições, passando de US$ 203,1 milhões para US$ 84,4 milhões. A participação do país no total das aquisições nacionais foi de 0,07% no acumulado do ano.

Ontem (14), o ministro apelou aos empresários para que esforcem para atrair as parcerias com os egípcios. Segundo Miguel Jorge, é necessário fortalecer a atuação do Mercosul com os países africanos em reação ao avanço chinês. “Vamos juntar esforços de empresas brasileiras e árabes que trabalham na África para que possamos competir melhor com os concorrentes, especialmente os chineses”, disse.