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Empresas pontocom não resolvem 78,21% das queixas dos consumidores

Das 657 reclamações registradas, a maior queixa, 165, ou 25,11% do total se relacionou com a não entrega ou demora na entrega das mercadorias

O comércio que surgiu e se expande na velocidade da internet também registra crescimento nas reclamações dos consumidores na mesma proporção da sua evolução. Dados do Procon/MS mostram que em quatro anos foram formalizadas 657 reclamações de quem fez compras on-line e não ficou satisfeito. Deste total, 78,21% das queixas não foram resolvidas no atendimento, sendo necessária a abertura de 588 procedimentos de reclamação. Dos 218 processos instaurados, 67,89% das reclamações consideradas como fundamentadas (procedentes) foram ignoradas pelos fornecedores virtuais.

Das 657 reclamações registradas, a maior queixa, 165, ou 25,11% do total se relacionou com a não entrega ou demora na entrega das mercadorias adquiridas; seguindo-se a entrega de produtos com danos ou defeitos (13,85%) e descumprimento da garantia de produtos que apresentaram defeitos (10,20%).

Quem teve de recorrer ao Procon para resolver problemas com fornecedores pontocom  diz que as dificuldades são parecidas com as enfrentadas numa compra convencional, com a diferença de não tem como reclamar pessoalmente. A publicitária Fabiana Ferreira buscou a internet para comprar uma cama nova ano passado. Fez a aquisição num dos mais conhecidos site de compras online. Ela adquiriu o colchão no dia 13 de setembro, com a entrega agendada para 23. Porém, dois dias antes do programado, Fabiana pediu para mudar o endereço de entrega. Com isso, o novo prazo para a chegada da cama ficou para 25 de setembro.

“O curioso é que no dia 24 de setembro recebi uma mensagem no celular informando que a entrega da cama tinha sido um sucesso. Sucesso pra quem? Pra mim é que não foi, porque isso foi só o começo do problema”, relata Fabiana.

Depois de entrar em contato com a empresa, pedindo o número da transportadora, a publicitária brigou por diversas vezes com os atendentes de telemarketing. “Não resolvem nada e ainda não têm autorização para me dar o telefone da transportadora. Eu queria rastrear o produto, saber onde estava”, diz Fabiana, que acrescenta: “Me senti desprotegida. Reclamei em sites como Reclame Aqui e Desconfiômetro e tive respostas evasivas somente”.