O secretário de Finanças, Fernando dos Santos Pereira, restringiu a entrada de pessoas nas repartições da secretaria. Na manhã desta segunda-feira, 8, foi afixado um cartaz na porta da secretaria, informando que, apenas funcionários da repartição têm acesso a Secretaria de Finanças, e que a entrada de outras pessoas está proibida até o dia 5 de janeiro.
Ainda de acordo com informações contidas no cartaz, essa deliberação se faz necessária para que a Secretaria finalize os procedimentos de 2014 sem interferência externa. E, adianta, que a partir de 5 de janeiro de 2014 o atendimento ao público em geral volta à normalidade. Segundo o comunicado, o recebimento de notas fiscais também está suspenso até o dia 5 de janeiro do ano que vem.
Essa atitude pegou muitas pessoas que foram até a secretaria na manhã de ontem de surpresa e deixou muitos fornecedores irritados com essa postura da administração municipal. O Jornal do Povo tentou falar com o secretário Fernando sobre essa determinação, mas a secretária informou que ele estava ocupado, e que toda entrevista deveria ser agendada com a assessoria de comunicação. Na semana passada a reportagem entrou em contato com o assessor de imprensa, Sebastião Rodrigues Neto, solicitando uma entrevista com o secretário de Finanças, mas até ontem, ele não havia dado um retorno sobre a entrevista, e nem uma resposta para o questionamento solicitado. Portanto, o Jornal do Povo, com a adoção deste procedimento, praticamente fica impossibilitado de esclarecer atos e fatos que envolvem a administração pública, os quais normalmente são noticiados por qualquer órgão de imprensa.
Quanto ao fato de alguém precisar de uma alguma informação na referida secretaria, a funcionária disse que o procedimento a ser adotado deve ser o de ligar para o telefone da pasta. Essa burocracia cerceia a liberdade de informação e deixa a população sem maiores esclarecimentos sobre acontecimentos na administração municipal.
OPERAÇÃO
No mês passado a Secretaria de Finanças foi alvo de investigação por parte do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). Na ocasião, vários documentos foram recolhidos pelos policiais e levados para análise do Ministério Púbico, que continua investigando vários contratos da prefeitura com algumas empresas. Um funcionário que trabalhou por mais de dez anos na secretaria pediu exoneração do cargo, três dias antes da operação ser deflagrada pelo Gaeco.
O Ministério Público Estadual já concluiu o inquérito e já ofereceu a denúncia ao Poder Judiciário com relação a essa operação. Entretanto, a denuncia do MP não foi divulgada, porque o promotor de Justiça, Fernando Lanza, informou à reportagem que o processo tramita em segredo de justiça.
