Veículos de Comunicação

4

Estoques de celulose devem se aproximar da média histórica

Como foi previsto pelos analistas do banco Fator, o setor de papel e celulose se recuperou gradualmente em 2010

O nível dos estoques de celulose este ano deve ficar próximo à média histórica este, segundo os analistas do Banco Fator. De acordo com o relatório da corretora, o crescimento deve acontecer em função da reativação de algumas capacidades que estavam ociosas desde a crise financeira. Entretanto, "apesar do aumento da oferta, não há expectativa de entrada significativa de capacidade até final de 2012", afirmam os analistas Rodrigo Fernandes e Hering Shen, em relatório.

Os profissionais ressaltam que, segundo estimativas da Pulp and Paper Products Council (PPPC), que reúne as maiores produtoras globais da indústria de papel e celulose, haverá entrada de 2,1 milhões toneladas de celulose até 2012. Em contrapartida, haverá aumento de 3,5 milhões toneladas na demanda por celulose, principalmente nos mercados europeu e asiático.

"Em função disso, o balanço da oferta e demanda nesse período deverá permanecer em equilíbrio (pequeno superávit de 1,8 milhão de toneladas). As capacidades mais significativas deverão entrar em operação somente a partir de 2013, e estão localizadas no Brasil, nas plantas do Maranhão e Piauí com capacidade de 1,5 milhão de toneladas cada da Suzano, e 1,5 milhão de toneladas em Três Lagoas (MS) da JBS", dizem.

Eles também afirmam que o fechamento das capacidades de celulose (não madeira) na China continuará a ocorrer ao longo dos próximos dois a três anos, devido à entrada de novas e modernas máquinas de papel naquele país, que necessita de celulose de melhor qualidade e suprimento contínuo do produto.

"Acreditamos que a China continuará a depender da celulose de mercado (que possui melhor qualidade) para suprir as fábricas de papel que entrarão em operação, principalmente em 2011", apontam.

Retrospectiva

Como foi previsto pelos analistas do banco Fator, o setor de papel e celulose se recuperou gradualmente em 2010. Entretanto, eles afirmam que a velocidade da recuperação, principalmente dos preços, foi maior que as expectativas em função de demanda chinesa aquecida, do terremoto no Chile, do nível baixo dos estoques de celulose e do aumento das compras na Europa e Estados Unidos.

"Com relação a eventos, acreditamos que não haverá nada similar ao ocorrido nos últimos dois anos. A gestão de dívida não deve ser problema com a volta do crédito, gestão eficiente e com a melhora dos resultados operacionais", afirmam.