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Expansão agressiva é marca da Friboi-JBS, diz "Economist"

A gigante do setor alimentício Friboi-JBS está prestes a se tornar a maior processadora de carnes do mundo com uma estratégia agressiva e atípica para empresas brasileiras do setor, relatou a revista britânica "The Economist" na edição desta semana.

Segundo a publicação, embora não tenha a mesma fama internacional que outras grandes empresas brasileiras -como a Vale, a Petrobras e a Embraer-, a JBS já é a segunda maior empresa privada do país em faturamento tendo a maioria de suas vendas no exterior.

"A sua recente aquisição da Pilgrims Pride, uma grande processadora de carne de frango nos EUA e no México, além da aquisição ainda pendente da Bertin, outra empresa brasileira do setor, a fará em breve ter mais vendas que a Tyson Foods, empresa americana que atualmente se autoproclama líder", disse a revista.

A "Economist" lembra que a JBS, assim como a maioria das empresas do setor no Brasil, "com um matadouro que abatia cinco animais por dia", mas se tomou uma postura agressiva, usando uma tática que mistura práticas corporativas modernas com uma estrutura de empresa familiar no comando.

"A mistura de controle familiar e rápida expansão não é comum na agricultura brasileira. Muitos criadores operam na economia informar e muitos matadouros não pagam impostos, tornando difícil uma consolidação desta indústria", diz a revista britânica.

A principal crítica da empresa dentro do Brasil, segundo a publicação, é o excesso de agressividade nas aquisições –citando uma multa que a JBS tomou do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) em 2007 e a polêmica sobre a compra de animais para abate que foram criados em áreas desmatadas.

Já os concorrentes estrangeiros –principalmente os americanos– questionam a forma de financiamento da empresa, já que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o principal financiador de suas aquisições, é também sócio da empresa. 

O argumento foi usado pelos criadores americanos para tentar barrar a compra da Swift em 2007 –movimento que colocou a JBS em forte posição dentro dos EUA. "Mas no final os reguladores americanos aprovaram a compra da Swift, assim como aprovaram a compra da Pilgrims Pride em meados de outubro."

A "Economist" encerra a análise lembrando que, agora, o principal desafio da JBS é conseguir integrar todas as grandes operações que adquiriu dentro de suas políticas. "As empresas brasileiras de outros setores estão observando como a JBS fará isso e planejando movimentos similares deles mesmos."