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Exportações de industrializados do MS despencaram em janeiro

O levantamento foi realizado pelo Radar Industrial da Fiems ? Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul

As exportações de produtos industrializados de Mato Grosso do Sul em janeiro deste ano apresentou uma queda de 65,6% em relação a janeiro do ano passado, diminuindo de US$ 29,6 milhões para US$ 11 milhões, segundo levantamento feito pelo Radar Industrial da Fiems – Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul. Em relação ao mês de dezembro do ano passado, quando as receitas provenientes das exportações alcançaram US$ 14,1 milhões, a redução foi de 21,1%.

Ainda de acordo com o Radar Industrial, em relação ao volume, as exportações em janeiro deste ano alcançaram 24,6 mil toneladas, o que representa uma redução de 58,5% sobre igual mês do ano anterior, quando as vendas externas de produtos industrializados atingiram 59,3 mil toneladas. Em relação a dezembro do ano passado, a redução foi de 24,3%, pois, no último mês de 2008, o volume havia alcançado 32,5 mil toneladas. Além disso, em janeiro deste ano foram remetidos ao exterior 34,7 mil toneladas de produtos industrializados a menos em relação a janeiro de 2008, sendo que, em relação à receita, na mesma comparação, a redução nominal foi de US$ 18,6 milhões.

“A tendência de crescimento das exportações de industrializados seguiu mais fortemente pelo segundo semestre de 2008, até o mês de setembro. Com o agravamento dos efeitos da crise financeira internacional, constatou-se uma acelerada redução das vendas externas de produtos industrializados de Mato Grosso do Sul. A desaceleração ocorrida fez com que na passagem para 2009, já no mês de dezembro de 2008 e agora mais fortemente no mês de janeiro, as exportações de industrializados ficassem em níveis inferiores ao que foi observado no fim de 2007 e início de 2008”, apontou análise do Radar Industrial.

Principais produtos

Os principais produtos industrializados da pauta de exportação de Mato Grosso do Sul são açúcar e álcool, couros e peles, alimentos e bebidas, compensados de madeira, móveis de madeira e madeiras trabalhadas, óleos de soja bruto e refinado, cimentos e têxtil, confecção e vestuário. Com destaque para açúcar e álcool, cuja receita de exportação do grupo foi de US$ 3,6 milhões e os principais destinos foram Madagascar, Bangladesh, Holanda e Rússia.

Outro que merece destaque é o grupo de couros e peles, que obteve receita de exportação de US$ 2,9 milhões, tendo como principais destinos China e Itália, enquanto o grupo de alimentos e bebidas obteve receita de exportação de US$ 2 milhões e o principal destino foi a Venezuela. Já o grupo de compensados de madeira, móveis de madeira e madeiras trabalhadas teve receita de exportação de US$ 1,2 milhão e o principal destino foi o Reino Unido e o grupo de óleos de soja bruto e refinado a receita de exportação foi de US$ 805 mil, sendo que o principal destino foi a Índia.

Em relação a janeiro de 2008, os produtos industrializados que compõem a pauta de exportação de Mato Grosso do Sul apresentaram, na sua quase totalidade, uma acentuada reversão. As exceções ficaram por conta das exportações dos grupos açúcar e álcool e alimentos e bebidas, sendo que para o primeiro a explicação se encontra nas condições de oferta do açúcar no mercado internacional, enquanto para o segundo o desempenho pode ser atribuído ao aumento ocorrido nas exportações para a Venezuela.

Importações

Até o mês de setembro de 2008, as importações de bens de capital, que são o reflexo direto dos investimentos e indicam a expansão da capacidade produtiva, apresentava uma expansão 47,7 pontos percentuais superior àquela que fechou o ano de 2008, que foi igual a 150,9%. A quebra no ritmo significou uma sinalização de maior cautela devido ao cenário de instabilidade que se formou a partir do agravamento dos efeitos da crise financeira internacional. Todavia, conforme análise do Radar Industrial, as inversões em bens de capital sinalizam em grande medida uma tendência para a formação das expectativas de médio e longo prazo, ou simplesmente no curto prazo a movimentação dos agentes econômicos no sentido de rever suas posições estratégicas.

“Essa postura se acentua nos períodos de inflexão dos ciclos econômicos, pois permite ganhos àqueles que se encontram menos expostos e mais capitalizados em relação aos demais”, destacou o levantamento, completando que, nesse cenário, é comum a revisão nos preços de tais ativos, especialmente, maquinários e equipamentos, o que pode estimular as compras deste de tipo de bem. E essa parece ser a hipótese para o crescimento verificado nas compras de bens de capital no mês de janeiro de 2009, que alcançaram US$ 20,7 milhões ou um crescimento de 147% sobre o mês de dezembro.

“A aquisição mais elevada de bens de capital, nesse caso não está sendo acompanhada de uma maior aquisição de insumos industriais, ou seja, estes últimos que são, em geral, para o uso imediato na produção não acompanharam a expansão observada para os primeiros”, destacou o Radar Industrial, reforçando que, em relação a dezembro de 2008, houve uma queda de 47,8%, foram importados em insumos industriais em janeiro de 2009 o equivalente a US$ 28,5 milhões contra US$ 54,5 milhões no último mês de 2008. Em relação a janeiro de 2008, a redução foi de 60,4%, quando foram importados US$ 71,9 milhões em insumos industriais.