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Exportações de industrializados dobram no mês de maio no MS

As receitas apresentaram um crescimento real de 16,8% sobre igual mês de 2008

O volume de exportações de produtos industrializados de Mato Grosso do Sul apresentou aumento de 119,1% no mês de maio em comparação com igual período do ano passado, elevando-se de 36,1 mil toneladas para 79,1 mil toneladas, e crescimento de 93,3% sobre o mês anterior, quando as vendas externas de produtos industrializados atingiram 40,3 mil toneladas, segundo levantamento do Radar Industrial da Fiems.

Em maio, as receitas provenientes das exportações de produtos industrializados de Mato Grosso do Sul apresentaram um crescimento real de 16,8% sobre igual mês de 2008, aumentando de US$ 23,9 milhões para US$ 30,7 milhões. De acordo com o Radar da Fiems, esse foi o melhor resultado para o mês de maio da série histórica para a exportação de industrializados da Secretaria de Comércio Exterior, iniciada em 1999. Em relação ao mês de abril, as receitas provenientes das exportações de industrializados apresentaram um crescimento real de 97,6%, saltando de US$ 15,8 milhões para US$ 30,7 milhões.

Ainda segundo o Radar Industrial, maio apresentou, em 2009, o primeiro resultado mensal positivo das exportações de industrializados tanto em receita quanto em volume, quando a comparação se dá com o correspondente mês do ano anterior. No entanto, o resultado foi positivo para sete dos 11 grupos de produtos industrializados exportados por Mato Grosso do Sul, somado a isso, dois grupos “calçados e suas partes” e “papel e celulose, embalagens de papel ou papelão e demais artefatos de papel”, passaram a compor a pauta de produtos industrializados exportados pelo Estado, quando comparados com igual mês de 2008.

Contudo, na mesma base de comparação, até o mês de abril, as vendas externas de industrializados de Mato Grosso do Sul registravam evolução positiva somente em volume. Evidenciando, deste modo, que o barateamento relativo apresentado pelos produtos industrializados do Estado, derivados da desvalorização cambial, não haviam garantido por si só uma demanda adicional a ponto de também colocar a evolução das receitas no campo positivo.

Assim, uma explicação para o comportamento ocorrido no mês de maio, evolução positiva em volume e receita, pode ser derivado de três aspectos: os mercados importadores iniciaram um período de maior fortalecimento da confiança e, consequentemente, da demanda; o movimento pode ser apenas reflexo de uma recomposição dos estoques nos mercados compradores e, portanto, passageiro; e o resultado de maio reflete a realização das vendas contratadas nos meses anteriores quando o câmbio ainda garantia uma boa margem de competitividade aos produtos industrializados do Brasil e, consequentemente, de Mato Grosso do Sul. O que deve servir de alerta, pois essa condição vem sistematicamente se deteriorando com a nova onda de valorização do real.

Importações

Em maio, igualmente aos meses anteriores, verificou-se uma forte expansão das importações de bens de capital, quando comparado com igual mês de 2008. Foram US$ 66,4 milhões contra US$ 7,8 milhões, crescimento nominal de 751,3%. Contudo, em comparação com o mês imediatamente anterior, constatou-se uma redução nominal da ordem de 59,2%, quando haviam sido importados US$ 162,8 milhões.

Segundo o Radar Industrial, o desempenho observado pode ser atribuído ao amadurecimento dos investimentos realizados nos últimos anos, especialmente nos setores de papel e celulose e sucroenergético, que tiveram suas atividades, em sua maioria, iniciadas nos últimos meses, resultando, portanto, na queda das aquisições de bens de capital por estes segmentos industriais em Mato Grosso do Sul que até então se notabilizavam como os principais importadores.

No acumulado do ano, as importações de bens de capital totalizam o equivalente a US$ 326,3 milhões, representando um crescimento de 13,5 vezes sobre igual período de 2008 quando haviam sido importados US$ 24,1 milhões em bens de capital. Adicionalmente, a aquisição de insumos industriais ao longo de 2009 vem apresentando reduções quando comparados com os correspondentes meses de 2008. Em janeiro, fevereiro, março, abril e maio a queda nominal foi de 58,8%, 52,8%, 32,1%, 38,2% e 48,2%, respectivamente.

Todavia, como indicado no levantamento anterior, a queda na aquisição de insumos industriais começa a sinalizar uma possível reversão, não só pela redução observada no ritmo apresentado em relação aos dois primeiros meses do ano, quando os efeitos da crise internacional eram sentidos de maneira mais intensa, como também por ter sido crescente nos meses de março, abril e maio, apresentando crescimentos nominais de 27,4%, 2,64% e 47,9% sobre os meses imediatamente anteriores, respectivamente.

Foram US$ 28,2 milhões em março, US$ 28,9 em abril e US$ 41,7 milhões, sendo o último o maior valor alcançado no ano. O resultado corrobora a sinalização sugerida no último boletim. Indicando, deste modo, para o início de uma acomodação em relação ao período de inflexão que vinha ocorrendo.