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Fundos da Petrobras trarão R$ 4 bi para fornecedores

Nos últimos dias de 2009, a Petrobras anunciou o oferecimento de cotas a grandes investidores do seu primeiro FIDC

A Petrobras inicia 2010 como cotista de dois novos fundos – o total deles poderá chegar a seis – que financiarão a custo mais baixo os fornecedores das grandes encomendas da estatal. Os adiantamentos às empresas podem chegar a R$ 4 bilhões. O instrumento adotado é o fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC), que antecipa ao fornecedor os recursos a serem recebidos pelas vendas à Petrobras.

Nos últimos dias de 2009, a Petrobras anunciou o oferecimento de cotas a grandes investidores do seu primeiro FIDC, comandado pelo banco HSBC. O segundo, com o banco Pactual, deve iniciar operações nesta semana. "Nossos fornecedores, principalmente pequenas e médias empresas, pagam juros muito elevados, que chegam a 200% do CDI, disse ao Valor o diretor financeiro e de relações com investidores da Petrobras, Almir Barbassa. Com o FIDC, o custo para obter capital de giro se reduz a algo em tomo de 1,3% acima do CDI.

A redução de custos para fornecedores tem o objetivo, também, de estimular mais empresas a produzir para a estatal, diz Barbassa. Segundo ele, a Petrobras trabalha "intensamente" para ampliar o cadastro de fornecedores, das empresas que poderão se beneficiar dos fundos. O Petronet, canal de compras eletrônicas da estatal, já tem 57 mil empresas listadas e há 4,8 mil fornecedores regulares inscritos no cadastro de fornecedores de bens e serviços.

Interessa ainda à Petrobras atrair fornecedores de outros países. "De parafuso a sondas de perfuração, queremos que venham produzir no Brasil, porque tem quem compre", diz.

Grandes empresas devem anunciar em breve a instalação de centros de pesquisa voltados à perfuração das camadas de pré-sal, revela Barbassa. "Temos hoje produtos muito específicos, como um que tem três fabricantes no mundo e os três virão se instalar no Brasil", conta o diretor, sem revelar os nomes das empresas.