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Governo vai trabalhar pela consolidação da rota bioceânica, garante secretária de Produção

A consolidação dessa rota ? uma ligação de leste a oeste do continente, por meio de rodovias e outros modais de transporte ? significa um caminho até o porto

Empresários sul-mato-grossenses e chilenos discutiram em um seminário hoje (13), em Campo Grande, as vantagens do uso do Porto de Arica, no Chile, para comercialização de mercadorias entre Mato Grosso do Sul e o mercado asiático. A importação e a exportação através desse porto podem significar economia de tempo e de custo comparado ao uso tradicional dos portos do litoral brasileiro pelo Oceano Atlântico.

A secretária estadual Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias (de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria e do Comércio e do Turismo), que representou o governador André Puccinelli no seminário, afirmou que a rota bioceânica Atlântico/Pacífico é considerada pela atual administração estadual como de extrema importância para o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul e do Brasil, sendo um dos temas de trabalho do próximo mandato do governador reeleito.

A consolidação dessa rota – uma ligação de leste a oeste do continente, por meio de rodovias e outros modais de transporte – significa um caminho até o porto, não somente para Mato Grosso do Sul, mas para outras regiões do Brasil e também para a Bolívia. “A nossa intenção é fazer com que essa rota funcione e para isso precisamos contar com o apoio de todos os interessados”, analisou a secretária Tereza Cristina.

De acordo com o presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems), Sérgio Longen, o Estado passa por um amadurecimento econômico com as exportações batendo recorde e por isso é preciso construir ações como a articulação proporcionada pelo seminário para promover o desenvolvimento. “Nós temos muitos entraves sérios, principalmente, na questão de logística de transporte, mas, felizmente, a discussão nesse sentido está vindo à tona no momento ideal. A produção brasileira e estadual torna-se mais competitiva quando se pode usar o modal marítimo e entendemos que ele precisa ser ampliado”, analisou, ressaltando a localização privilegiada do Estado. “Com certeza a nossa produção teria preços mais competitivos utilizando os portos do Chile para atingir o mercado asiático”, reforçou.

O coordenador do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Fiems, Fábio Fonseca, acrescenta que a utilização dos portos chilenos reduziria em até sete mil quilômetros a distância até o mercado asiático, além de diminuir em até 5% o valor do frete pago atualmente pela produção industrial do Estado destinada a esse mercado na comparação com o uso dos portos do Oceano Atlântico. “Hoje, todos os segmentos do setor industrial do Estado poderiam ser beneficiados com o uso dos portos chilenos, entre eles, o de alimentos, de metalmecânica, de celulose e papel, de soja e derivados, de carne e seus subprodutos”, garantiu, ressaltando que os governos da Bolívia, Chile, Argentina e Paraguai têm unido esforços para a criação de infraestrutura necessária para as exportações via corredor bioceânico.

 “Os governos desses países já assinaram um protocolo de intenções, dos quais 90% têm sido cumprido. O único país que falta cumprir as exigências é a Bolívia, que precisa pavimentar 200 quilômetros de rodovia para possibilitar a integração do Brasil ao corredor bioceânico”, informou.

O empresário Ivan Godoy, da Hub Chile, disse que a missão comercial que veio ao Estado para falar dos números do corredor bioceânico é composta por funcionários do governo do Chile e empresas do setor privado de logística de transporte. “Nós estamos trabalhando as vantagens desse corredor no sentido de redução de tempo e de custos. Para nós é importante a presença da indústria de Mato Grosso do Sul porque será ela quem vai começar a se beneficiar desse corredor”, previu, acrescentando que os portos chilenos precisam estar preparados para receber essa produção do Estado. “Nós viemos conhecer a realidade da indústria sul-mato-grossense para prospectar e verificar a realidade local para, em breve, termos mais dados na perspectiva da integração econômica”, finalizou.