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Três Lagoas

Inadimplência de consumidores dispara no primeiro bimestre

Débito gera prejuízo de R$ 3,5 milhões aos comerciantes três-lagoenses

Dados da Associação Comercial e Industrial de Três Lagoas (Aci/TL) apontaram um aumento no endividamento do três-lagoense no primeiro bimestre. Segundo o Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), entre janeiro e fevereiro deste ano, o comércio local acumulou prejuízo de R$ 3.486 milhões, valor este que deixou de ser pago por 2.943 consumidores inadimplentes. Ao todo, o SCPC registrou  3.020 ocorrências de pessoas que deixaram de pagar suas contas.

Em 2014 os números foram bem diferentes. As dívidas somaram R$ 165,3 mil. Foram 342 clientes que não pagaram suas contas. O SCPC registrou 419 ocorrências.

Os dados apontaram que o maior endividamento aconteceu em janeiro deste ano, quando 2.731 clientes não conseguiram honrar seus compromissos, o que resultou em uma dívida de R$ 3,3 milhões, aproximadamente. No mesmo período do ano anterior, em contrapartida, somente 178 consumidores tiveram o nome inseridos no SCPC, o que tinha gerado, na época, uma dívida de R$ 67,7 mil.

Já em fevereiro, os índices voltaram a se estabilizar. No mês passado, 212 clientes foram inseridos no programa, com uma dívida total de R$ R$ 166 mil. Conforme o levantamento, dos endividados em fevereiro, a maioria, 73 consumidores, devem até R$ 500, outros 59 até R$ 1 mil e 42 até R$ 50. Catorze consumidores possuem dívidas a cima de R$ 2 mil.

Para o presidente da ACITL, Atílio D´Agosto, alguns fatores foram determinantes para que em 2015 o número de inadimplência crescesse tanto. Entre eles está a demissão em massa de trabalhadores que, em meados de outubro/novembro eram aproximadamente 5 mil pessoas que prestavam serviços na construção da Fábrica de Fertilizantes da UFN-3, sem contar que cerca de 70 empresas não conseguiram receber pelos serviços prestados também à UFN-3. “O que ocorreu foi um efeito cascata, ou seja, quem deixou de receber, acabou deixando de pagar. Com isso houve a diminuição do faturamento nas empresas”, avaliou Atílio.

O presidente da ACITL cita ainda a questão econômica que o País atravessa, com a alta nos impostos pelo governo federal, como é o caso da energia elétrica, pagamento de IPVA, matrícula escolar e outros compromissos que surgem no início do ano.

Atílio acredita que para corrigir a situação é preciso atenção e diálogo. “Este é um momento de atenção. Consumidores inadimplentes e comerciantes precisam negociar. Não que estejamos o pior momento da história da economia, mesmo porque estava prevista tal situação, sem contar que não é um caso exclusivo de Três Lagoas, mas sim do País e do mundo”, avaliou.

Para o presidente da Associação Comercial, Três Lagoas é um município promissor, mas que, assim como tantos outros, atravessa uma fase delicada que em breve terá sua economia de volta à normalidade. “Estamos com expectativa de ampliação no setor florestal que é muito forte e vem crescendo bastante”, concluiu Atílio.