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Três Lagoas

Indústria calçadista encolheu 20% neste ano e projeção não é animadora

Apesar da crise, segmento registrou saldo positivo de geração de empregos em Três Lagoas

Depois de registrar um encolhimento superior a 20% neste ano, a indústria calçadista não está animada para o próximo ano. Segundo projeção feita pelo Sindicato das Indústrias de Calçados de Mato Grosso do Sul (Sindical/MS), e divulgada pela Federação da Indústria de Mato Grosso do Sul (Fiems), na perspectiva mais otimista possível, o setor não deve apresentar crescimento em 2016 devido à crise econômica nacional.

De acordo com o presidente do Sindical/MS, João Batista Camargo Filho, neste ano, a expectativa era de 7% de crescimento para este ano, em Mato Grosso do Sul. Em contrapartida, houve um encolhimento superior a 20%.

“O desafio para 2016 é manter a empregabilidade. Estamos focados nisso, mas é preciso que o cenário mude para que o empresário tenha confiança em investir”, declarou o líder sindical.

Para João Batista, uma alternativa para o setor é a exportação. “Pelo menos cinco indústrias já fazem esse trabalho, mas o segmento sofre com os importados da China, principalmente, no que se refere aos acessórios, como cintos e bolsas”, avaliou.

Na avaliação de João Batista de Camargo Filho, o momento econômico, a alta carga tributária e o excesso de normas a serem cumpridas inviabilizam o cenário promissor. Atualmente, segundo dados do Radar Industrial da Fiems, Mato Grosso do Sul contabiliza 25 estabelecimentos industriais no segmento calçadista, que juntos empregam ao em torno de 2.126 trabalhadores.

Além dos impostos e da burocracia, o presidente do sindicato acrescenta a grande rotatividade dos trabalhadores na lista de dificuldades que ajudam a onerar o custo de produção. Ele cita Três Lagoas como uma das regiões a sofrer com a alta rotatividade na mão-de-obra.

Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a indústria calçadista emprega, hoje, cerca de 780 trabalhadores, distribuídos em quatro empreendimentos. De janeiro a outubro deste ano, o setor registrou 484 admissões, contra 416 demissões. Embora com rotatividade elevada, o segmento conseguiu manter saldo positivo de geração de empregos, com a abertura de 68 novas vagas de trabalho. No ano passado, a indústria calçadista havia fechado com saldo negativo, seis vagas foram fechadas. No ano passado, foram registrados 807 admissões contra 813 desligamentos, ainda segundo os dados do Caged.

O líder sindical explica que o desafio para o próximo ano é continuar com a oferta de cursos para reduzir o déficit de mão de obra qualificada. “Com a qualificação, cria-se um ambiente mais adequado para atrair indústrias para o Estado”, pontuou João Batista de Camargo. (Com informações da Fiems e do Ministério do Trabalho e Emprego)