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Inflação na Capital fecha 2023 com alta acumulada de 4,76%

Índice ficou acima da média nacional e consumidores sentem no bolso a diferença

Consumidores sentem no bolso a alta da inflação na capital
Consumidores sentem no bolso a alta da inflação na capital

A lista de compras do campo-grandense sofreu alterações durante o ano de 2023 por conta da alta de preços. O IBGE apontou um aumento de 4,76% no IPCA, um valor acima da média nacional, de 4,62%, e que indica um aumento no custo de vida da população.

Segundo o economista Aldo Barrigosse, um dos fatores que explica esse índice é o alto custo operacional.

“Os alimentos têm um peso importantíssimo nesse cálculo. Por exemplo, os nossos alimentos, na grande maioria deles, vêm de outros estados. Frutas, por exemplo, o feijão a gente tem produção muito pequena aqui, arroz. O combustível para movimentar tudo isso vem de outros locais. O custo para trazer esses alimentos para a nossa capital, é maior do que no Sudeste, por exemplo. Então, o custo para quem vai comprar e para quem vai vender, é maior do que outras capitais”, explica Barrigosse.

A médica veterinária Juliana Zamperon sente a diferença no bolso quando vai ao mercado. “A gente viu que aumentou muita coisa. A carne, até os legumes que a gente compra também no início do mês ou até durante a semana também aumentaram os valores. Fez bastante diferença. Tive que pesquisar bastante, deixar de comprar algumas coisas ou até diminuir na hora de usar algum produto, por exemplo, de limpeza em casa. Tem que diminuir a qualidade para manter o dinheiro no mês”.

A administradora Simone Santos também percebeu que os preços ficaram mais salgados. “Mercado é expressivo. Quanto mais você leva dinheiro, menos coisas você traz. Carne, arroz, verduras no geral”.

O grupo dos alimentos foi o grande vilão do mês de dezembro na capital, com um aumento de 1,44% em relação ao mês anterior. Itens como repolho, batata-inglesa e tomate ficaram mais caros. Por outro lado, o leite teve uma queda pelo 7º mês consecutivo.

Já o setor da habitação, teve uma queda de 0,10% em dezembro, mas fechou o ano com uma alta de 7% que foi sentida pela médica Flávia Arima. “Em gastos de iluminação, de manutenção de casa, eu percebi, sim, aumento”.

O crescimento populacional tem impacto nesse índice, segundo o economista Aldo Barrigosse. “Quando você tem uma procura por um produto que você não tem uma oferta tão grande, a tendência é o preço subir. Ou seja, a gente teve mais procura por imóveis do que oferta, isso fez com que o preço acabasse aumentando. E lógico, dentro dessa conta você tem um aumento de custo, você precisa de pessoas para cuidar disso, material de limpeza, energia. Tudo isso está contemplado no custo habitação”.

A educação apresentou o maior índice de crescimento no acumulado do ano, com 8,35%. Saúde (7,31%) e Transporte (6,90%) também aparecem entre as maiores inflações. A dica para os consumidores lidarem com a alta nos preços é sempre pesquisar. “Não só estabelecimentos comerciais, como também marcas. Olhar a qualidade desses produtos, das marcas, porque existem várias marcas diferentes e vários preços praticados ao mercado”, recomenda o economista.