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Leite pode ficar 12% mais caro em Três Lagoas

Depois do pão, leite também terá preço reajustado

O café da manhã do três-lagoense ficará ainda mais caro dentro dos próximos dias. Após a alta no preço do pão francês, foi a vez do leite ter o preço reajustado. A previsão, segundo o Sindicato das Indústrias de Laticínios de Mato Grosso do Sul (Silems), é que o reajuste  será de 12%, em média, no litro do leite. O aumento, explicou o presidente da instituição, Hernandes Ortiz, é reflexo dos aumentos na energia elétrica, no óleo diesel e no dólar. O reajuste no preço do pão francês foi de até 15%.

“Desta vez não deu para absorver os reajustes. A indústria já havia absorvido no ano passado”, explicou Ortiz. O presidente do Silems explicou que os empresários estão apenas repassando os custos de produção, que foram majorados devido ao aumento na tarifa de energia. Para o setor industrial, o reajuste já conta já chega a 46,27%. Além disso, os empresários do setor também precisam lidar com o reajuste dos combustíveis, principalmente do óleo diesel, essencial para o escoamento da produção.

Esses reajustes, anunciados no começo do ano, fizeram com que o custo na produção – incluindo logística de capitação e distribuição – passasse de R$ 0,10 a R$ 0,14, em média, para R$ 0,17 por litro de leite industrializado, o que corresponde a uma elevação de 70%, aproximadamente.

De acordo com Hernandes Ortiz, o reajuste passará a ser sentido pelo consumidor de forma gradual. “Cada indústria possui a sua política econômica. Então, o repasse do reajuste será determinado por cada uma. Consequentemente, os revendedores deverão elevar os preços ao consumidor conforme forem recebendo com os preços já reajustados”.

Atualmente, Mato Grosso do Sul conta com 70 laticínios implantados, que produzem 1,2 milhão de litros de leite por dia. Em Três Lagoas, a expectativa é que o preço do litro do leite salte para a média de R$ 2,40 para o consumidor final.

A expectativa também é que, com o aumento, reduza o consumo dos derivados lácteos, o que, consequentemente, trará uma redução no quadro de funcionários do setor.

“Por causa da crise na economia, nós já vivemos um momento de vendas retraídas, levando em conta que os produtos lácteos não são considerados de primeira necessidade como o arroz, feijão e o óleo. Quando estamos em crise o consumo reduz inevitavelmente”, analisou Hernandes Ortiz, completando que, com o excesso de produção e também de oferta, além da baixa demanda dos produtos lácteos, os números deixam os empresários desanimados.