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Longen aposta na reação da indústria para superar efeitos da crise

O índice de empregos apresentou aumento sazonal comparando-se janeiro deste ano com dezembro de 2008

A Fiems agendou para o próximo dia 5 de março, às 10 horas, a segunda reunião deste ano do Comitê de Monitoramento da Crise (CMC), que prossegue apresentando os índices capazes de dimensionar a crise no Mato Grosso do Sul. As preliminares desta reunião do CMC demonstram que alguns setores já emitem sinais de reação, enquanto outros ainda seguem movimentando-se em meio às turbulências do mercado. “Mesmo com a queda das exportações, acredito que temos plena capacidade de reação e algumas indústrias já emitem sinais evidentes de recuperação”, avaliou o presidente Sérgio Longen.

O índice de empregos apresentou aumento sazonal comparando-se janeiro deste ano com dezembro de 2008, mas a oferta caiu em mais de dois mil postos (no geral) e quase 15% (indústria de transformação) considerando-se janeiro/09 e janeiro/08. Somando-se a isso, a queda das exportações é um agravante. “Alguns setores da indústria tem, na realidade, enfrentando uma situação pouco confortável no que tange à sua capacidade de sustentar os índices de produção verificados na maior parte do ano passado, mas acredito que vamos conseguir superar este desafio”, previu Longen.

Reação

O presidente da Fiems esteve na semana passada em Brasília (DF) na reunião do Conselho e da Diretoria da CNI, (Confederação Nacional da Indústria), onde foram apresentadas informações que indicam a retomada do ritmo da economia em praticamente todos os estados. “Ficou claro que os setores afetados pela crise continuam com as mesmas dificuldades, com tendências de melhora a médio e longo prazos”, revelou.

Ainda na reunião em Brasília, foram finalizadas as propostas em discussão com o Governo Federal, que incluem a desoneração dos impostos da folha de pagamento e ainda medidas de redução de impostos como o IPI e novas prorrogações do PIS/Cofins e Simples Nacional.

Na avaliação de Longen, é notório que as ações executadas no combate à crise (prorrogação dos vencimentos de impostos, flexibilização das pautas e a utilização dos incentivos fiscais alem dos investimentos em qualificação de mão de obra) vêm promovendo bons resultados em diversos setores da economia.

Carga Tributária

No entanto, o presidente da Fiems mantém-se temeroso quanto à elevação da carga tributária no país. “Hoje, o volume que incide sobre todas as atividades já chega a 37,58%. Esse é o vilão da nossa economia, das nossas vidas, das empresas e das pessoas. A produção não consegue conviver com esta imensa carga tributária”, sentenciou.

A carga tributária no país – total da arrecadação de todos os impostos da União, Estados e Municípios – subiu de 36,48% do PIB em 2007 para 37,58% em 2008, aumento de 1,10%. O porcentual, que inclui todos os tributos recolhidos compulsoriamente da sociedade e das empresas – incluindo royalties, taxas e cobranças e judiciais -, aumentou mesmo sem a cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Em valores absolutos, a carga tributária ultrapassou a marca simbólica de R$ 1 trilhão em 2008, ou seja, juntos, os governos federal, estaduais e municipais arrecadaram R$ 1,090 trilhão no ano passado.

Produção e Emprego

Ao manter o setor produtivo mobilizado no âmbito do CMC e buscar soluções possíveis de redução dos impactos da crise junto ao Governo do Estado e Prefeituras, a Fiems promove uma mobilização estratégica a favor da produção e da manutenção do emprego. 

Sérgio Longen reafirma que a Fiems vem adotando e mantendo uma tática para não permitir a interrupção do ciclo de crescimento que o Estado que estava em níveis bem satisfatórios até o início do terceiro trimestre do ano passado. “Ainda precisamos de outras ações de impacto para garantir a vitalidade da economia e podemos fazer isso protegendo os empregos”, alertou.